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começa por dizer que “trata da língua é tratar de um tema político”. Explica: “Só existe língua se houver seres humanos que a falem. O homem é um animal político (Aristóteles), portanto, a linguística é uma atividade científica essencialmente politizada. E é exatamente isso, politizar a lingüística, o que vem fazendo e escritor Marcos Bagno, um militante, a seu modo, das causas sociais”.
Ao partir do princípio de que a língua é viva, o autor conclui que tudo aquilo que se contrapõe a esta condição está morto. Por isso, a gramática e os gramáticos tradicionais são considerados por ele como “uma grande poça de água parada, um charco, um brejo, um igapó, à margem da língua”.
A língua é como um rio que se renova, enquanto a água do igapó, a gramática normativa, envelhece, não gera vida nova ser que venham as inundações. Com estas imagens Marcos Bagno constrói a diferença entre a dinâmica da língua/rio e o apego às normas/igapó da língua culta que são guardadas, preservadas, e divulgadas de maneira conservadora, preconceituosa e prejudicial à vida social.
Para analisar como se constrói o preconceito linguístico, Bagno relaciona oito mitos que revelam o comportamento preconceituoso de certos segmentos letrados da sociedade frente às variantes no uso da língua, e as relações desse comportamento com a manutenção do poder das elites e opressão das classes sociais menos favorecidas, normalmente por meio da pseudopadronização imposta pela no
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