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É de conhecimento da maior parte dos brasileiros que o Brasil possui como características acentuadas a sua "multirracialidade" e "multiculturalidade". Estas características, para alguns, é que torna delicada a definição do Brasil como nação, pois não possui a homogeneidade convencional de outras nações. É necessária uma análise da história brasileira para podermos entender essa idéia.
Devido ao desenvolvimento europeu, principalmente de países de etnia anglo-saxão, no século XIX passou-se a acreditar que tal etnia ou raça fosse superior, influenciando inclusive autores e políticos brasileiros. Como cita o autor João Camilo Torres em seu livro A Realidade Brasileira: "Em 28 de julho de 1921, Andrade e Cincinato Braga propuseram ao congresso um projeto cujo artigo 1º dispunha: ‘Fica proibida no Brasil a imigração de indivíduos humanos das raças de cor preta’. Dois anos depois, a 22 de outubro, o deputado mineiro Fidélis Reis apresentava outro projeto relativo á entrada de imigrantes".
Era, então, uma tentativa de "branquear" a nação brasileira a fim de alcançar a homogeneidade racial. Outra tentativa ocorreu durante o Estado Novo dirigido por Getúlio Vargas. Na mesma época, com Gilberto Freire, os brasileiros passaram, então, a acreditar que não era vergonha a miscigenação. O quadro um tanto "sui generis" da nação brasileira, com a sua heterogeneidade, não nos torna uma "não-nação", isto é: apenas pátria e não um povo com origem, idioma, costumes, tradições em comum e com uma etnia brasileira.
Parte da culpa pelo lento progresso brasileiro em direção á síntese nacional, por disseminar a idéia de que o Brasil não é uma nação, tem sido atribuída às classes dirigentes, como escreveu Robert A. Hayes em seu livro A Nação Armada, quando cita o Prof. Honório Rodrigues: "O Prof. Honório Rodrigues responsabiliza o historiador Francisco Adolfo de Varnhagen por ter desempenhado um papel importante nesta situação. Consta que Varnhagen era um elitista que ‘atribuía uma pequena importância ao homem comum que, no entanto, era o verdadeiro artífice do desenvolvimento material do país e de seu caráter nacional. [...] Segundo Varnhagen, as características básicas da massa do povo eram constituídas pelos piores traços das três raças - ‘a cobiça do português, a sensualidade do negro e indolência do índio’. [...] Enquanto a elite era apresentada como ‘capaz, elegante, eficiente, brilhante, esperançosa - impedida de progredir pelo hoi polloi".
A problemática da heterogeneidade da nação brasileira, não constitui obstáculo para a busca da homogeneidade e nem mesmo nos torna uma "não-nação". Estamos caminhando em direção á síntese nacional, porém em ritmo lento. O maior empecilho para alcançarmos essa síntese e a integração nacional reside no desprezo das classes dirigentes pelo homem comum, como visto anteriormente. As classes dirigentes brasileiras possuem uma acomodação e um egoísmo fruto do neoliberalismo e desse capitalismo selvagem que provoca e desesperança os mais pobres
Devido ao desenvolvimento europeu, principalmente de países de etnia anglo-saxão, no século XIX passou-se a acreditar que tal etnia ou raça fosse superior, influenciando inclusive autores e políticos brasileiros. Como cita o autor João Camilo Torres em seu livro A Realidade Brasileira: "Em 28 de julho de 1921, Andrade e Cincinato Braga propuseram ao congresso um projeto cujo artigo 1º dispunha: ‘Fica proibida no Brasil a imigração de indivíduos humanos das raças de cor preta’. Dois anos depois, a 22 de outubro, o deputado mineiro Fidélis Reis apresentava outro projeto relativo á entrada de imigrantes".
Era, então, uma tentativa de "branquear" a nação brasileira a fim de alcançar a homogeneidade racial. Outra tentativa ocorreu durante o Estado Novo dirigido por Getúlio Vargas. Na mesma época, com Gilberto Freire, os brasileiros passaram, então, a acreditar que não era vergonha a miscigenação. O quadro um tanto "sui generis" da nação brasileira, com a sua heterogeneidade, não nos torna uma "não-nação", isto é: apenas pátria e não um povo com origem, idioma, costumes, tradições em comum e com uma etnia brasileira.
Parte da culpa pelo lento progresso brasileiro em direção á síntese nacional, por disseminar a idéia de que o Brasil não é uma nação, tem sido atribuída às classes dirigentes, como escreveu Robert A. Hayes em seu livro A Nação Armada, quando cita o Prof. Honório Rodrigues: "O Prof. Honório Rodrigues responsabiliza o historiador Francisco Adolfo de Varnhagen por ter desempenhado um papel importante nesta situação. Consta que Varnhagen era um elitista que ‘atribuía uma pequena importância ao homem comum que, no entanto, era o verdadeiro artífice do desenvolvimento material do país e de seu caráter nacional. [...] Segundo Varnhagen, as características básicas da massa do povo eram constituídas pelos piores traços das três raças - ‘a cobiça do português, a sensualidade do negro e indolência do índio’. [...] Enquanto a elite era apresentada como ‘capaz, elegante, eficiente, brilhante, esperançosa - impedida de progredir pelo hoi polloi".
A problemática da heterogeneidade da nação brasileira, não constitui obstáculo para a busca da homogeneidade e nem mesmo nos torna uma "não-nação". Estamos caminhando em direção á síntese nacional, porém em ritmo lento. O maior empecilho para alcançarmos essa síntese e a integração nacional reside no desprezo das classes dirigentes pelo homem comum, como visto anteriormente. As classes dirigentes brasileiras possuem uma acomodação e um egoísmo fruto do neoliberalismo e desse capitalismo selvagem que provoca e desesperança os mais pobres
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