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A Independência do Brasil não resultou do descontentamento de dom Pedro com as exigências de Portugal, mas da combinação de INTERESSES e PRESSÕES INTERNAS INGLESAS. E foi inédita no continente americano: ao contrário de todos os países de língua espanhola, a ruptura brasileira com a metrópole foi praticamente pacífica e manteve a estrutura política e social praticamente intacta.
Ao contrário das independências no restante da América, a vinda da família real fez a autonomia brasileira ter mais o aspecto de "transição", com um príncipe português à frente, dom Pedro. Sem dúvida, o processo foi bastante acelerado pelo que ocorreu em Portugal em 1820. A Revolução do Porto, comandada pela burguesia comercial da cidade do Porto, arrastou amplos setores sociais (camponeses, funcionários públicos, tropas militares, artesãos) para um movimento que tinha características liberais para Portugal, mas, para o Brasil, significava uma recolonização.
Várias diferenças deram exclusividade à nossa Independência:
• A Independência do Brasil foi relativamente pacífica e sem grandes abalos. Ao contrário das guerras populares nos outros países americanos, aqui houve
poucas reações de tropas portuguesas fiéis à coroa portuguesa.
• O Brasil manteve a unidade territorial conquistada ainda no período colonial; a América espanhola fragmentou-se em várias nações.
• No Brasil, não houve participação popular e também não se destacaram líderes, os chamados "libertadores" latino-americanos, como Simón Bolívar (Venezuela), José Artigas (Uruguai), San Martín (Argentina) e O'Higgins (Chile).
• Ao proclamarem sua independência, as colônias espanholas da América optaram pelo regime republicano, seguindo o modelo norte-americano. O Brasil ficou com o regime monárquico, não porque fosse popular entre os brasileiros e nem pelo fascínio que a pompa e o luxo da corte exerciam nos colonos, mas sim por causa do processo político desencadeado pela instalação da corte portuguesa na colônia em 1808.
MUDADO,MAS NEM TANTO :
O movimento que desembocou na Independência concentrou-se na figura do rei e depois na do príncipe regente. A monarquia transformou-se em símbolo de autoridade e estabilidade mesmo quando dom Pedro I era contestado.
A elite que promoveu e apoiou a Independência não tinha interesse em rupturas que ameaçassem a estabilidade da antiga colônia. A organização do Estado brasileiro que se seguiu à Independência resultou no projeto do grupo liberal-conservador, que defendia a monarquia constitucional, a integridade territorial e o regime centralizado. Quer dizer, a emancipação do Brasil não resultou em grandes alterações de ordem social e econômica ou na forma de governo.
QUEM LUCROU :
A Independência beneficiou o grupo que estava no poder ligado ao futuro imperador, isto é, a elite agrária, que manteve seus privilégios e o povo a distância, evitando assim que o fato se tornasse uma revolução social. Por outro lado, a Independência evitou a recolonização lusitana pela conquista da emancipação política.
Na esfera internacional, o movimento tinha garantida a participação da Inglaterra, que não só apoiou o movimento e participou das lutas de Independência, como também apressou seu reconhecimento em troca de privilégios comerciais.
Uma Independência original, sem abalos, pacífica, em curto tempo, sem a participação do povo. Coube ao povo participar apenas do quadro de Pedro Américo, na figura do simbólico carroceiro olhando surpreso dom Pedro dar o Grito do Ipiranga. Veja a correta observação do historiador Caio Prado Júnior:
"Fez-se a independência, praticamente à revelia do povo, e se isto lhe poupou sacrifícios, também afastou por completo sua participação na nova ordem política. A independência brasileira é fruto mais de uma classe do que da nação tomada em conjunto."
Ao contrário das independências no restante da América, a vinda da família real fez a autonomia brasileira ter mais o aspecto de "transição", com um príncipe português à frente, dom Pedro. Sem dúvida, o processo foi bastante acelerado pelo que ocorreu em Portugal em 1820. A Revolução do Porto, comandada pela burguesia comercial da cidade do Porto, arrastou amplos setores sociais (camponeses, funcionários públicos, tropas militares, artesãos) para um movimento que tinha características liberais para Portugal, mas, para o Brasil, significava uma recolonização.
Várias diferenças deram exclusividade à nossa Independência:
• A Independência do Brasil foi relativamente pacífica e sem grandes abalos. Ao contrário das guerras populares nos outros países americanos, aqui houve
poucas reações de tropas portuguesas fiéis à coroa portuguesa.
• O Brasil manteve a unidade territorial conquistada ainda no período colonial; a América espanhola fragmentou-se em várias nações.
• No Brasil, não houve participação popular e também não se destacaram líderes, os chamados "libertadores" latino-americanos, como Simón Bolívar (Venezuela), José Artigas (Uruguai), San Martín (Argentina) e O'Higgins (Chile).
• Ao proclamarem sua independência, as colônias espanholas da América optaram pelo regime republicano, seguindo o modelo norte-americano. O Brasil ficou com o regime monárquico, não porque fosse popular entre os brasileiros e nem pelo fascínio que a pompa e o luxo da corte exerciam nos colonos, mas sim por causa do processo político desencadeado pela instalação da corte portuguesa na colônia em 1808.
MUDADO,MAS NEM TANTO :
O movimento que desembocou na Independência concentrou-se na figura do rei e depois na do príncipe regente. A monarquia transformou-se em símbolo de autoridade e estabilidade mesmo quando dom Pedro I era contestado.
A elite que promoveu e apoiou a Independência não tinha interesse em rupturas que ameaçassem a estabilidade da antiga colônia. A organização do Estado brasileiro que se seguiu à Independência resultou no projeto do grupo liberal-conservador, que defendia a monarquia constitucional, a integridade territorial e o regime centralizado. Quer dizer, a emancipação do Brasil não resultou em grandes alterações de ordem social e econômica ou na forma de governo.
QUEM LUCROU :
A Independência beneficiou o grupo que estava no poder ligado ao futuro imperador, isto é, a elite agrária, que manteve seus privilégios e o povo a distância, evitando assim que o fato se tornasse uma revolução social. Por outro lado, a Independência evitou a recolonização lusitana pela conquista da emancipação política.
Na esfera internacional, o movimento tinha garantida a participação da Inglaterra, que não só apoiou o movimento e participou das lutas de Independência, como também apressou seu reconhecimento em troca de privilégios comerciais.
Uma Independência original, sem abalos, pacífica, em curto tempo, sem a participação do povo. Coube ao povo participar apenas do quadro de Pedro Américo, na figura do simbólico carroceiro olhando surpreso dom Pedro dar o Grito do Ipiranga. Veja a correta observação do historiador Caio Prado Júnior:
"Fez-se a independência, praticamente à revelia do povo, e se isto lhe poupou sacrifícios, também afastou por completo sua participação na nova ordem política. A independência brasileira é fruto mais de uma classe do que da nação tomada em conjunto."
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