• Matéria: História
  • Autor: Anônimo
  • Perguntado 8 anos atrás

que caracteristicas a industria cultural ocidental atribui aos chineses

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respondido por: Desimplicio
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A autora afirma em seu blog já citado: “Este é um livro especial. Conta a história de um tatu, mas também a minha, e a de muita gente. História de um sonho e, principalmente, da luta e persistência para realizá-lo! História de amor e de amizade. E de partilha!” E com certeza é por aí que o enredo, contado e cantado em versos, caminha. Um Tatu bola era diferente de seus iguais porque tinha um sonho diferente: queria voar, ser tatu balão e não tatu bola. Por isso não era feliz. Procurando realizar esse sonho, muito determinado, ele subia dia sim e outro também, no alto de uma montanha e, corajoso, se lançava desejando finalmente tornar-se… tatu-balão! Porém, como se lê às tantas páginas, “… em vez de ele voar/como havia planejado, começava a despencar,/rolando desenfreado!” E então, depois de tantos tombos e peripécias, ele encontrou… Damião. E mais eu não conto não. Quer saber o que ocorreu com esse tatu matreiro? Melhor fazer como eu. Pegue o livro e…leia inteiro. Brincadeirinha, conto sim. Embora seja essa (parar em um ponto estratégico do enredo) uma forma de instigar o leitor a procurar a obra para conhecer seu desfecho. A verdade é que Damião e o Tatu se tornam amigos e um dia, o menino mostra ao Tatu seu melhor passatempo: “Como era dia de vento/Damião mostrou ao tatu/o seu melhor passatempo: empinar pipa no azul.” E continua a história em poesia: “De repente, vendo a pipa/ser levada pelo vento/descobriu feliz da vida,/ que era um mágico momento. A partir daí não fica difícil imaginar o final: a amizade se aprofunda entre o tatu (que realiza seu sonho) e o menino que lhe oportuniza isso.

Vamos agora a alguns comentários críticos sobre o livro:

Em versos simples, que cativam o pequeno leitor, porém muito bem elaborados, conta-se a história do protagonista, um tatu bola, insatisfeito e infeliz porque queria voar, feito um balão. Insatisfeito e infeliz, sim. Acomodado, jamais. Desistir não fazia parte de seus planos.  Tanto é que, diuturnamente, ele tratava de subir um morro até o topo e de lá se lançava buscando subir feito um balão. “Sentia, enquanto rolava,/disparar seu coração./ O tombo só terminava/cara-a-cara com o chão.”

Como as narrativas primordiais, os contos de encantamento de Perraul, dos irmãos Grimn ou de Andersen, esse texto de Sônia Barros ajuda a criança, subliminarmente, a entender que a vida apresenta obstáculos cotidianos que precisam ser enfrentados, uns mais fáceis outros mais difíceis, mas é preciso coragem e ousadia para vencê-los. Esse o maior ensinamento que o sonhador e determinado protagonista oferece a seus leitores: nada de acomodação; nada de abandonar um sonho apenas porque é difícil concretizá-lo. É preciso lutar com denodo para conquistar seu objetivo, seu sonho.  Sobre essa função da narrativa afirma Aguiar (s/d: p. 27):

                        Todos os ingredientes que compõem as narrativas (como a multiplicação de situações, a ênfase na solução dos problemas, a riqueza das ações, a ordenação de um mundo variado, em que diferentes situações temperamentos convivem) promovem o alargamento vivencial dos pequenos, incitando-os a participarem das aventuras e buscarem respostas. Contudo, é importante salientar que o nível de compreensão infantil é respeitado e a fantasia presente nas histórias, não representa fuga do real, mas justamente a forma mais apropriada para sua percepção.

Comentando o mesmo assunto, Bettelheim (1979) afirma em obra já clássica que esse tipo de narrativa auxilia o pequeno leitor a ter respostas a questões essenciais tais como: O que é o mundo? Como posso viver nele? Porém as respostas apenas sugerem soluções, não as explicitam de modo que as crianças possam preencher as lacunas do texto com suas fantasias.

Por outro lado, vale lembrar aqui, que o texto em estudo através da amizade entre o tatu e o menino Damião, ressalta o valor da amizade e da partilha. Nos encontros e brincadeiras entre Damião e o tatu, no fim de contas, o principal desejo do Tatu Bola (voar) fica em segundo plano. Embora através da pipa ele tenha realizado seu grande sonho pendurando-se na “rabiola” já não era o mais importante. Mais importante que isso era brincar com Damião, trocar ideias e confidências, chegar ao topo do monte e soltarem-se morro abaixo rindo, experimentando e partilhando experiências e amizade. 

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