• Matéria: Português
  • Autor: luisagabriele552
  • Perguntado 8 anos atrás

POR FAVOR PRA POR PROCURE O TEXTO NA INTERNET E ME DEM AS RESPOSTAS POR FAVOR
ANTIGUIDADES
quando eu era menina
bem pequena,
em nossa casa,
certos dias da semana
se fazia um bolo,
assado na panela
com um testo de borralho em cima

era um bolo econômico,
como tudo, antigamente.
pesado, pastoso,grosso
(por sinal q muito ruim)

eu era menina em crescimento.
gulosa,
abria os olhos para aquele bolo
q me parecia tao bm
e tao gostoso.

a gente mandona la de casa
cortava aquele bolo
cm importância
com atenção. seriamente.
eu presente.
cm vontade de comer o bolo todo.
era só olhos e bocas e desejos
da quele bolo inteiro


1.
B) de algumas características do bolo

c)qual era a opinião da mesma sobre o bolo?

d)qual é o significado do verbo regar ?

e)como era a fatia de bolo q a menina ganhava?

f)q palavra nos indica q o armário q guardava o bolo é inacessível?

g)no final do poema a mesma diz q as pessoas da quela época eram severas e ralhadeiras. e hj a gente de nossos dias deixou de ser ?

h) no texto aparecem varias descrições da personagem do bolo. circule essas características no poema




Respostas

respondido por: SrtaPudden
5
Texto completo:
Quando eu era menina bem pequena, em nossa casa, certos dias da semana se fazia um bolo, assado na panela com um testo de borralho em cima. Era um bolo econômico, como tudo, antigamente. Pesado, grosso, pastoso. (Por sinal que muito ruim.) Eu era menina em crescimento. Gulosa, abria os olhos para aquele bolo que me parecia tão bom e tão gostoso. A gente mandona lá de casa cortava aquele bolo com importância. Com atenção. Seriamente. Eu presente. Com vontade de comer o bolo todo. Era só olhos e boca e desejo daquele bolo inteiro. Minha irmão mais velha governava. Regrava. Me dava uma fatia, tão fina, tão delgada... E fatias iguais às outras manas. E que ninguém pedisse mais ! E o bolo inteiro, quase intangível, se guardava bem guardado, com cuidado, num armário, alto, fechado, impossível. Era aquilo, uma coisa de respeito. Não pra ser comido assim, sem mais nem menos. Destinava-se às visitas da noite, certas ou imprevistas. Detestadas da meninada. Criança, no meu tempo de criança, não valia mesmo nada. A gente grande da casa usava e abusava de pretensos direitos de educação. Por dá-cá-aquela-palha, ralhos e beliscão. Palmatória e chineladas não faltavam. Quando não, sentada no canto de castigo fazendo trancinhas, amarrando abrolhos. "Tomando propósito". Expressão muito corrente e pedagógica. Aquela gente antiga, passadiça, era assim: severa, ralhadeira. Não poupava as crianças. Mas, as visitas... - Valha-me Deus !... As visitas... Como eram queridas, recebidas, estimadas, conceituadas, agradadas ! Era gente superenjoada. Solene, empertigada. De velhas conversar que davam sono. Antiguidades... Até os nomes, que não se percam: D. Aninha com Seu Quinquim. D. Milécia, sempre às voltas com receitas de bolo, assuntos de licores e pudins. D. Benedita com sua filha Lili. D. Benedita - alta, magrinha. Lili - baixota, gordinha. Puxava de uma perna e fazia crochê. E, diziam dela línguas viperinas: "- Lili é a bengala de D. Benedita". Mestre Quina, D. Luisalves, Saninha de Bili, Sá Mônica. Gente do Cônego Padre Pio. D. Joaquina Amâncio... Dessa então me lembro bem. Era amiga do peito de minha bisavó. Aparecia em nossa casa quando o relógio dos frades tinha já marcado 9 horas e a corneta do quartel, tocado silêncio. E só se ia quando o galo cantava. O pessoal da casa, como era de bom-tom, se revezava fazendo sala. Rendidos de sono, davam o fora. No fim, só ficava mesmo, firme, minha bisavó. D. Joaquina era uma velha grossa, rombuda, aparatosa. Esquisita. Demorona. Cega de um olho. Gostava de flores e de vestido novo. Tinha seu dinheiro de contado. Grossas contas de ouro no pescoço. Anéis pelos dedos. Bichas nas orelhas. Pitava na palha. Cheirava rapé. E era de Paracatu. O sobrinho que a acompanhava, enquanto a tia conversava contando "causos" infindáveis, dormia estirado no banco da varanda. Eu fazia força de ficar acordada esperando a descida certa do bolo encerrado no armário alto. E quando este aparecia, vencida pelo sono já dormia. E sonhava com o imenso armário cheio de grandes bolos ao meu alcance. De manhã cedo quando acordava, estremunhada, com a boca amarga, - ai de mim - via com tristeza, sobre a mesa: xícaras sujas de café, pontas queimadas de cigarro. O prato vazio, onde esteve o bolo, e um cheiro enjoado de rapé.
B) Econômico, pesado, pastoso e grosso.
C) Ruim.
D) Não achei este verbo no texto, mas achei "regrava'', do verbo regrar. Acho que quis dizer isto. Significa pautar, regular, sujeitar a certas regras, dirigir, governar.E) Fina e delgada.
F) Era alto, fechado, impossível.
G) Algumas deixaram, outras ainda são severas e ralhadeiras.
H) Pequena, em crescimento e gulosa.

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