Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal que mata e não se vê.
Que dias há que na alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei por quê.
Pergunta: Por que o eu lírico afirma que o Amor, aqui personificado, não poderá tirar as suas esperanças? Transcreva o verso em que o eu lírico ironiza essa situação.
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que mal me tirará o que eu não tenho
(ele não tem amor)
(ele não tem amor)
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