• Matéria: Geografia
  • Autor: hellen123452
  • Perguntado 9 anos atrás

como o continente europeu se delimita com o continente asiático?

Respostas

respondido por: francaloja1
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A divisão do Velho Mundo em Europa, Ásia e África tem sido usada desde o século VI a.C., devido a geógrafos gregos como Anaximandro e Hecateu de Mileto. Anaximandro colocou a fronteira entre Ásia e Europa ao longo do rio Fásis (o moderno rio Rioni) no Cáucaso, convenção seguida ainda por Heródoto no século V a.C.. À medida que o conhecimento dos gregos aumentava durante o período helenístico, esta convenção arcaica foi revista, e a fronteira entre Europa e Ásia é agora considerada pelo rio Tánais (o moderno rio Don). Esta é a convenção usada pelos autores da era romana, como Posidónio, Estrabão e Ptolemeu.

Ao longo da Idade Média e até ao século XVIII, a divisão tradicional da massa continental da Eurásia em dois continentes seguiu Ptolemeu, com a fronteira definida pelo mar Egeu, Dardanelos, mar de Mármara, Bósforo, mar Negro, estreito de Kerch, mar de Azov e rio Don (o antigo Tánais). Porém, os mapas produzidos entre os séculos XVI e XVIII tendiam a diferir na continuação do limite continental para lá da curva do Don em Kalach-na-Donu (onde é mais próximo do Volga, estando agora juntos os rios através do canal Volga–Don), em território não descrito em pormenor por nenhum dos antigos geógrafos.

Philip Johan von Strahlenberg em 1725 foi o primeiro a partir da clássica fronteira do Don ao colocar a linha mais para leste, de Kalach até ao Volga, seguindo o Volga para norte até à curva de Samara, para leste ao longo do Obshchy Syrt (a divisória de águas entre o rio Volga e o rio Ural), e daí para norte ao longo dos montes Urais. Os cartógrafos continuaram a divergir na fronteira entre o baixo Don e Samara até bem tarde no século XIX. O atlas de 1745 publicado pelo Império Russo tinha a fronteira a seguir pelo Don para lá de Kalach e até Serafimovich antes de cortar para norte até Arkhangelsk, enquanto outros cartógrafos dos séculos XVIII e XIX, como John Cary, seguiram a definição de Strahlenberg. Para sul, seguia a depressão Kuma-Manych, identificada por volta de 1773 pelo naturalista alemão Peter Simon Pallas como um vale que antigamente ligava o mar Negro ao mar Cáspio e daí se ter proposto a depressão como fronteira natural entre os continentes.

Em meados do século XIX houve mais três convenções: uma seguia o Don, o canal Volga–Don e o rio Volga, outra seguia a depressão Kuma-Manych até ao mar Cáspio e daí seguia pelo rio Ural, e uma terceira abandonava totalmente o Don, seguindo o Grande Cáucaso até ao mar Cáspio. A questão era ainda tida como "controversa" na literatura geográfica da década de 1860, com Douglas Freshfield a advogar os tergos do Cáucaso como a "melhor possível", invocando o apoio de vários "geógrafos modernos".

Na Rússia (e depois na União Soviética), a fronteira ao longo da depressão Manych foi a mais usada, pelo menos desde 1906. Em 1958, a Sociedade Geográfica Soviética formalmente recomendou que a fronteira entre Europa e Ásia fosse desenhada em livros escolares ao longo do sopé oriental dos montes Urais, rio Emba, e depressão Kuma-Manych, colocando o Cáucaso totalmente na Ásia e os Urais totalmente na Europa - convenção que ainda vigora hoje.

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