• Matéria: Ed. Física
  • Autor: fepessoa
  • Perguntado 8 anos atrás

porque somos tao dependentes da tecnologia

Respostas

respondido por: Dessahh76
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Quando foi a última vez que você saiu de casa sem o celular?

Provavelmente você se lembra do dia, da hora e de detalhes desse momento: se chovia, fazia sol, onde esteve, com quem falou e o que fez. Ficar sem seu dispositivo de telefonia móvel é uma situação estressante, e situações estressantes ficam gravadas com detalhes em nossa memória porque nossas funções biológicas de autopreservação evitam que cometamos o mesmo erro e voltemos a nos expor deliberadamente a um mesmo risco. Exatamente o que acontece quando aprendemos a engatinhar e colocamos o dedo na tomada pela primeira (e última) vez.

Considerando que ninguém morre por ficar sem celular, pelo menos em situações normais do dia a dia, por que tanta perturbação? Por que nosso organismo interpreta a falta de um aparelho de comunicação como um risco de vida? A resposta está na importância que esses aparelhos e as informações que eles carregam têm para nossas atividades diárias. A falta deles nos dá a sensação de vulnerabilidade e perigo, interpretada pelos nossos mecanismos de defesa como uma ameaça. Isso é um exemplo de dependência tecnológica: quanto mais funcional for o aparelho, maior a relação de subordinação.

Impossível não nos acostumarmos a ter tudo na mão. Os usuários de smartphonesque o digam: e-mail, agenda de compromissos e contatos, acesso a sistemas da empresa, acesso a informações diversas pela internet e, claro, ligações telefônicas estão sempre a um singelo toque de distância. Também criamos uma verdadeira compulsão por nosso computador e qualquer outro gadget com o qual convivamos, seja no trabalho ou em nossos momentos de lazer. Basta observar o que acontece nas empresas e nas residências quando há falta de energia elétrica: ninguém mais trabalha e ninguém mais tem o que fazer.

A dependência tecnológica já é listada por alguns autores como uma das “doenças do século 21”. Mas é importante sabermos que existe uma fronteira entre o que podemos chamar de dependência racional e dependência irracional. A primeira ocorre quando temos consciência do que estamos deixando de fazer por causa da indisponibilidade da tecnologia e buscamos meios para contornar a situação. Na dependência irracional, verifica-se a total “parada” do sujeito até que se restabeleça a tecnologia ou o inverso: a total imersão no produto tecnológico até que ocorra uma interrupção forçada, exatamente o que houve com um rapaz coreano que morreu de inanição após passar vários dias em uma lan house, “dentro” de um jogo. Isso, sim, pode ser chamado de doença.

Nas empresas, geralmente somos dependentes da tecnologia de uma forma racional, já que temos soluções de contorno estabelecidas, mesmo que informalmente. O que não significa que devemos nos descuidar das medidas de segurança como back-ups, equipamentos redundantes e outros recursos que minimizem o impacto da indisponibilidade da tecnologia. E mais: não só as pessoas, mas a maior parte das empresas tem hoje seu negócio também diretamente submetido à tecnologia. Processos, informações, recursos, tudo depende de equipamentos e de bases de dados, e é fácil deduzir que a dependência tecnológica nas empresas é diretamente proporcional ao tamanho da componente “conhecimento” do negócio.

A dependência tecnológica nas empresas nada mais é do que um “efeito colateral” do uso de soluções que agregam processos e conhecimentos, o que aumenta ainda mais a necessidade de medidas de prevenção à indisponibilidade da tecnologia, principalmente se considerarmos o valor que esse patrimônio de conhecimento representa para os negócios da companhia.


fepessoa: obrigado voce me ajudou muito
Dessahh76: De nada! :)
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