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Crise e desenvolvimento social na América do Sul
April 6, 2016 • 0 gostaram • 0 comentários
A América do Sul se saiu relativamente bem durante a crise de 2008. Durante a primeira década do século XXI os países sul-americanos tiveram processos semelhantes de redução das desigualdades, de diminuição da pobreza extrema e de ampliação das oportunidades. Esse êxito se deve às politicas sociais implementadas em toda a região, principalmente as politicas de geração de emprego e renda e de fomento ao trabalho formal, como também as politicas de transferência de renda. Essas medidas vinculadas ao crescimento do ciclo de commodities, ao alto preço do barril de petróleo, ao aumento do crédito e aos baixos juros levaram a região ao período de maior êxito socioeconômico de sua história.
Porém, com o agravamento da crise em 2014/2015 os gráficos do relatório Panorama social 2015 da Cepal (América latina e Caribe) começam a refletir uma inflexão desse ciclo virtuoso. Um aumento na taxa de pobreza na região especialmente nos países da América Central (México e Honduras) e, no que diz respeito a América do Sul, forte aumento na Venezuela, estão relacionados tanto à queda do preço do barril de petróleo, ao aumento da taxa de juros e à desvalorização das moedas nacionais frente ao dólar quanto à pressões geopolíticas internacionais que desestabilizam politicamente essas nações.
Recentemente a impressa já tem acusado aumento significativo da pobreza na Argentina e das taxas de desemprego no Brasil. Essas situações obviamente pressionam os indicadores sociais dos países e da região.
Por outro lado, as políticas sociais em geral, incluindo as politicas de transferência de renda, têm demonstrado efeitos positivos na determinação social da saúde, com a diminuição das taxas de pobreza e desigualdade, equidade educativa, saúde e emprego. Diante desse quadro de agravamento da crise esses efeitos podem se deteriorar. Neste sentido todos esses ganhos sociais obtidos durante o ciclo virtuoso podem perder-se rapidamente em um contexto de ajuste fiscal e restrição das políticas sociais.
O ciclo virtuoso relacionado à diminuição da desigualdade - que está estritamente vinculada ao aumento da escolaridade e a ampliação das politicas de geração de trabalho e renda (80% da renda das famílias da região provém do trabalho) - também se encontra ameaçado pelo cenário de crise. Assim, é fundamental a geração de postos de trabalho decente para a promoção da igualdade e inserção socioeconômica como caminho para a promoção da cidadania.
Desta forma, a CEPAL e a UNASUL recomendam o fortalecimento dessas politicas sociais de forma que seja possível salvaguardá-las das tensões externas e de grupos de interesses. Se queremos dar sustentabilidade ao ciclo virtuoso e obter êxito nos primeiro objetivo da Agenda 2030 sobre por fim a pobreza em todas as suas formas, a América do Sul deve fortalecer suas politicas de emprego e renda, gerando empregos de qualidade, ampliando e garantindo direitos e proteção social.
April 6, 2016 • 0 gostaram • 0 comentários
A América do Sul se saiu relativamente bem durante a crise de 2008. Durante a primeira década do século XXI os países sul-americanos tiveram processos semelhantes de redução das desigualdades, de diminuição da pobreza extrema e de ampliação das oportunidades. Esse êxito se deve às politicas sociais implementadas em toda a região, principalmente as politicas de geração de emprego e renda e de fomento ao trabalho formal, como também as politicas de transferência de renda. Essas medidas vinculadas ao crescimento do ciclo de commodities, ao alto preço do barril de petróleo, ao aumento do crédito e aos baixos juros levaram a região ao período de maior êxito socioeconômico de sua história.
Porém, com o agravamento da crise em 2014/2015 os gráficos do relatório Panorama social 2015 da Cepal (América latina e Caribe) começam a refletir uma inflexão desse ciclo virtuoso. Um aumento na taxa de pobreza na região especialmente nos países da América Central (México e Honduras) e, no que diz respeito a América do Sul, forte aumento na Venezuela, estão relacionados tanto à queda do preço do barril de petróleo, ao aumento da taxa de juros e à desvalorização das moedas nacionais frente ao dólar quanto à pressões geopolíticas internacionais que desestabilizam politicamente essas nações.
Recentemente a impressa já tem acusado aumento significativo da pobreza na Argentina e das taxas de desemprego no Brasil. Essas situações obviamente pressionam os indicadores sociais dos países e da região.
Por outro lado, as políticas sociais em geral, incluindo as politicas de transferência de renda, têm demonstrado efeitos positivos na determinação social da saúde, com a diminuição das taxas de pobreza e desigualdade, equidade educativa, saúde e emprego. Diante desse quadro de agravamento da crise esses efeitos podem se deteriorar. Neste sentido todos esses ganhos sociais obtidos durante o ciclo virtuoso podem perder-se rapidamente em um contexto de ajuste fiscal e restrição das políticas sociais.
O ciclo virtuoso relacionado à diminuição da desigualdade - que está estritamente vinculada ao aumento da escolaridade e a ampliação das politicas de geração de trabalho e renda (80% da renda das famílias da região provém do trabalho) - também se encontra ameaçado pelo cenário de crise. Assim, é fundamental a geração de postos de trabalho decente para a promoção da igualdade e inserção socioeconômica como caminho para a promoção da cidadania.
Desta forma, a CEPAL e a UNASUL recomendam o fortalecimento dessas politicas sociais de forma que seja possível salvaguardá-las das tensões externas e de grupos de interesses. Se queremos dar sustentabilidade ao ciclo virtuoso e obter êxito nos primeiro objetivo da Agenda 2030 sobre por fim a pobreza em todas as suas formas, a América do Sul deve fortalecer suas politicas de emprego e renda, gerando empregos de qualidade, ampliando e garantindo direitos e proteção social.
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