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A globalização é um fenômeno caracterizado pela intensificação das relações econômicas, comerciais e culturais entre os países, onde as constantes inovações tecnológicas nas áreas de transportes e telecomunicações são capazes de diminuir as distâncias e transcender as fronteiras nacionais. Se buscarmos um ponto de partida para o processo de globalização, podemos destacar o advento das Grandes Navegações, quando ocorreu um incremento do comércio entre as mais diferentes partes do globo. Já no século XX a expansão dos mercados financeiros e das empresas transnacionais correspondeu ao evento mais relevante no que diz respeito à ampliação dos fluxos de capitais e mercadorias no mundo globalizado. A partir da década de 1950 as empresas transnacionais começaram a direcionar suas filiais para os países subdesenvolvidos e, em pouco tempo, passaram a dominar o comércio internacional. Quanto mais essas empresas foram crescendo, expandindo seus mercados, necessitaram de mais investimentos tecnológicos e da aplicação de novos métodos de produção. O conjunto de modificações tecnológicas que ocorreram a partir da década de 1970 ficou conhecido como Revolução Técnico-Científica. Além de alterar a estrutura de produção e comercialização, essas transformações introduziram descobertas que conduziram ao atual modelo de telecomunicações. Atualmente a globalização está em uma etapa de interações avançadas entre os países, o que está evidente nas crises cíclicas do sistema capitalista, que estão alcançando cada vez mais rapidamente as nações mais industrializadas. Outro fato marcante é que os países considerados emergentes estão começando a participar mais ativamente do sistema econômico-financeiro mundial, posto que a inserção desses países, até duas décadas atrás, estava limitada à periferia do capitalismo mundial e ao fornecimento de matérias-primas.
A ampliação dos espaços de lucro conduziu à globalização. O mundo passou a ser visto como uma referência para obtenção de mercados, locais de investimento e fontes de matérias-primas. Num primeiro momento, a globalização foi também o espaço para o exercício de rivalidades intercapitalistas e resultou-se em duas guerras mundiais. Ao longo do século XX, a globalização do capital foi conduzindo à globalização da informação e dos padrões culturais e de consumo. Isso deveu-se não apenas ao progresso tecnológico, mas - e, sobretudo - ao imperativo dos negócios. A tremenda crise de 29 teve tamanha amplitude justamente por ser resultado de um mundo globalizado, ou seja, ocidentalizado, face à expansão do Capitalismo. Ao entrarmos nos anos 80/90, o Capitalismo, ingressou na etapa de sua total euforia triunfalista, sob o rótulo de Neo-Liberalismo. Tais são os nossos tempos de palavras perfumadas: reengenharia, privatização, economia de mercado, modernidade e - metáfora do imperialismo - globalização. Os avanços tecnicocientíficos (informática, cabos de fibra óptica, telecomunicações, química fina, robótica, bioteconologia e outros) e a difusão de rede de informação reforçaram e facilitaram o processo de globalização. Estabeleceram um intercâmbio acelerado (reduzindo o espaço e o tempo), não só na esfera econômica (mercados, tecnologia de produção), mas atingindo também, os hábitos, os padrões culturais e de consumo.A classe trabalhadora, debilitada por causa do desemprego, resultante do maciço investimento tecnológico, ou está jogada no desamparo, ou foi absorvida pelo setor de serviços, uma economia fluida e que não permite a formação de uma consciência de classe. No momento presente, inexistem abordagens racionais e projetos alternativos para as misérias sociais,o que alimenta irracionalismos à solta.