• Matéria: Sociologia
  • Autor: anacarolinaneves
  • Perguntado 8 anos atrás

De acordo com T. Adorno, como evitar que auschiwtz se repita??????
Preciso urgente para agora de manhã!!!

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respondido por: ronaldobeber11
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É necessário primeiro entender o que foi Auschwitz, para depois compreender a proposta de Adorno.Auschwitz, foi o maior campo de concentração de prisioneiros montado pelos nazistas. Localizado ao sul da Polônia a poucos quilômetros da fronteira com a Eslováquia, era constituído de três unidades: o campo de prisioneiros, o de extermínio e o de trabalhos forçados.Embora não seja o único campo de concentração e exterminação alemão, Auschwitz foi um símbolo de terror, genocídio e do holocausto em todo o mundo. Judeus, ciganos, e pessoas de outras nacionalidades eram aprisionados e mortos, fazendo de Auschwitz palco de um dos maiores assassínios em massa da história da humanidade. A Segunda Guerra Mundial deixou marcas e danos irreparáveis não apenas naqueles que sofreram os horrores e as barbáries como vítimas diretas ou indiretas, mas em toda a humanidade, pois a sociedade permitiu que se instalasse uma verdadeira indústria de extermínio de pessoas. Theodor Adorno não queria que isso ficasse esquecido e muito menos que voltasse a acontecer. Segundo ele, a educação precisa ser repensada, para que o passado não seja repetido. 
Fazendo uma análise desse período, percebe-se que milhões de pessoas foram mortas de forma planejada pela inteligência humana, e que o homem demonstrou, de forma cruel, a sua intolerância racial, cultural e o exacerbado nacionalismo, que se espalhou por diversos países no século XIX. Adorno usa os estudos de Freud os quais considera que é na primeira infância que se forma o caráter de cada individuo, para mostrar que a repetição de Auschwitz pode ser evitada se for realizado um processo educacional incisivo nesse estágio. Explica ainda que os culpados pelo holocausto não são as vítimas e sim os perseguidores. Fala do sentimento de claustrofobia das pessoas diante do mundo administrado, e que por essa linha, a violência é uma das formas de tentativa de fuga dessa densa rede. A violência, no entanto, não pode atingir a civilização em sua totalidade, sendo assim, as perseguições são voltadas aos considerados socialmente mais fracos e felizes. Além da educação na primeira infância, outra questão abordada por Adorno é o processo de esclarecimento da população, o qual de acordo com ele criaria um clima cultural e social que possibilitaria a não repetição da barbárie. No texto o autor deixa claro que o retorno ao fascismo é uma questão muito mais social que psicológica. Mas, usando a psicologia Adorno explica que as pessoas que assumem compromissos são colocadas numa espécie de estado de comando e passam a agir de forma diferenciada, submetendo-se a normas e compromissos de obediência que cega a autoridade e gera condições favoráveis à barbárie. A falta de autonomia e determinação são condições favoráveis à barbárie, no entanto a conquista da autonomia e o poder para a autorreflexão e autodeterminação é uma forma de repetição de Auschwitz. Os algozes do campo de concentração eram em sua maioria jovens filhos de camponeses o que pressupõe, segundo o autor, ser o insucesso da desbarbarização ainda maior na zona rural, e que tendências de regressão a barbárie existem por toda parte, tanto no campo quanto na cidade.  Uma das possibilidades colocadas pelo autor para amenizar os contrastes da educação zona rural-cidade é a formação de grupos educacionais moveis de voluntários, que ao se dirigirem ao campo preencheriam as lacunas mais graves. Theodor também fala sobre a introdução dos esportes nas escolas, como forma de evitar Auschwitz, mas alerta para as ambiguidades desse método, pois, mesmo sendo positivo, pode promover a violência, a crueldade e o sadismo, a depender da modalidade esportiva. Seria interessante, portanto incentivar esportes que são apenas para diversão, e que sirvam para realizar uma diminuição da agressividade. Outra questão abordada por Adorno é o papel que a tecnologia exerce na formação da consciência coisificada, pessoas desprovidas de emoções que preferem a companhia de máquinas em detrimento dos humanos, tornam-se iguais a coisas, e posteriormente, tornam os outros também iguais a coisas. A deficiência na capacidade de amar pode ser o resultado de pessoas desprovidas de emoções. Adorno deixa claro que não se trata de uma defesa sentimental e moralizante do amor, pois tal incapacidade atinge hoje a todos.
Pode-se notar ao longo do texto a preocupação do autor em evitar que um holocausto como o vivido na Alemanha e em outros países volte a acontecer e que através da educação será possível impedir aqueles que executam ações violentas. Para que Auschwitz não se repita será necessário estudar a formação do caráter manipulador de cada individuo, e identificar o motivo que os leva em condições iguais a ter comportamentos diferentes. A educação, então, é posta como preventiva ao retorno à barbárie, e aos nacionalismos exacerbados, sendo também necessário repensar o tipo de ser humano que o sistema atual está formando e gerando.

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