• Matéria: Física
  • Autor: Daissheirodr
  • Perguntado 8 anos atrás

qual a importância da entropia para a vida?

Respostas

respondido por: pedroarthur6
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Os termos entropia e vida estão ambos carregados de complexidade, todavia, bem além disso, podem ser relacionados por meio de confrontos entre seus significados e suas “manifestações”. 
    A entropia é a medida da “quantidade de desordem” de um sistema, sendo a desordem a falta de localização espacial e considerando que quanto maior ela for, maior é o valor da entropia. Conforme o Segundo Princípio da Termodinâmica, a tendência espontânea de um sistema isolado é a evolução no sentido de aumentar a entropia. Ainda segundo esse princípio, há a possibilidade de haver diminuição da entropia num espaço, entretanto, ela depreca o aumento de entropia no corpo que realiza trabalho (gasta energia), para que o sistema volte à ordem. O trabalho, que demanda utilização de energia, é necessário porque a diminuição da entropia não é um processo “natural”, não ocorre sozinho, levando em consideração que a energia em questão é especificamente a utilizável, que tem certa qualidade. 
    As transformações em que se apresenta a entropia são irreversíveis. Ao acontecerem, elas fazem com que haja ampliação da entropia do universo, ao passo que certa quantidade de energia é perdida. A ocorrência de qualquer processo químico ou físico acarreta na perda irremediável da qualidade ou capacidade de realizar trabalho da energia envolvida. 
    A vida é um sistema termodinâmico aberto, porque há recepção de energia do meio externo, isto é, um ser vivo retira de “fora de si” a energia necessária e altamente qualificada para assegurar sua existência, de forma organizada. 
    A manutenção da vida é uma luta contra o caos, uma vez que os seres vivos têm a capacidade de manter suas funções, organizadamente. O surgimento da vida necessita de instruções para que cada parte se ordene de maneira adequada. A molécula de DNA é a responsável pela ordenação das funções e da “arrumação” de outras moléculas, átomos e células presentes nos corpos dos seres vivos. 
    Esse “caminho contrário” à entropia percorrido pela vida se dá pelo simples fato de que o segundo princípio da termodinâmica confere as características de tendência à desordem a um sistema isolado. Esse não é o caso da vida. Os seres vivos estão em constante troca com o meio externo, há um fluxo intenso e diário de energia e informação entre eles. Para manterem-se em ordem, os seres vivos acabam por desorganizar o meio externo, no qual vivem. A troca realizada entre os seres vivos e o meio externo é a razão para a vida ser conhecida como sistema aberto. Ainda assim, ela não é eterna. 
    O organismo dos indivíduos, com o passar do tempo, vai parando de funcionar conforme fazia anteriormente. A pausa definitiva das funções realizadas no organismo de um indivíduo é a morte. O fim da vida implica no começo da deterioração do corpo e perda de tudo aquilo que havia sido “construído” durante os anos. As informações guardadas no cérebro não podem mais ser recuperadas, já que ele acaba também por se degradar por completo. 
     E então, a vida termina em degradação, tornando-se irrecuperável como a energia não mais utilizável designada de um processo envolvendo entropia. A vida não contraria o princípio da entropia, no entanto, segue um caminho “inverso”. E mesmo assim, acaba por adentrar na ordem do caos.
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