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O conceito de “indústrias criativas” tem menos de 20 anos. Teve origem nos anos 90, na Austrália, tendo sido desenvolvido pela Creative Industries Taskforce, criada em 1997, no Reino Unido, durante o Governo de Tony Blair. Actualmente, as indústrias criativas têm um peso considerável na taxa de crescimento de alguns países, como a Inglaterra, a Nova Zelândia, a Austrália, a Holanda ou a Dinamarca, para os quais os sectores cultural e criativo geram mais de 8% dos postos de trabalho.
As indústrias criativas são “aquelas que têm origem na criatividade, capacidade e talento individuais, e que potenciam a criação de riqueza e de empregos através da produção e exploração da propriedade intelectual” (Creative Industries Mapping Document, 1998). Nesse sentido, incluem as seguintes áreas:
» artes e antiguidades;
» arquitectura;
» artesanato;
» design;
» design de moda;
» publicidade;
» cinema e vídeo;
» software educacional e de lazer;
» música;
» artes performativas;
» difusão por rádio, internet e televisão;
» edição (escrita e publicação);
» videojogos.
É possível ainda incluir sectores que envolvam tecnologia de ponta, como a investigação em ciências da vida e engenharia, e o património cultural, turismo e museus. Neste sentido, os trabalhadores que se inserem nestas áreas (e nas respectivas cadeias de valor) são considerados trabalhadores das indústrias criativas – jornalistas, escritores, webdesigners, produtores, publicitários, músicos, webdesigners, editores, etc.
Embora tenham tido origem no conceito de “indústria cultural”, cunhado por Adorno e Horkheimer, e, mais tarde, no de “indústrias culturais”, hoje é cada vez mais unânime que as indústrias culturais são um subsector das indústrias criativas, embora ainda existam muitas dúvidas quanto à diferenciação dos dois termos.
Alguns critérios essenciais para definir as indústrias culturais – criatividade, propriedade intelectual, significado simbólico, valor de uso e métodos de produção – são igualmente aplicáveis nas indústrias criativas. Justin O´Connor diz que o significado simbólico é uma marca das indústrias culturais, pois é do valor cultural que advém o valor económico. Porém, acrescenta às indústrias culturais clássicas as artes visuais, o teatro, a literatura, os museus e as galerias. Outros autores, como David Throsby, acrescentam a publicidade, o design e a arquitectura.