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No período em que se deu processo de colonização no Brasil a mão de obra mais utilizada foi a escrava. A escravidão esta enraizada na nossa historia, desde os índios que foram escravizados aos imigrantes negros que chegavam em navios, a adoção do trabalho escravo se deu a necessidade de maximizar lucros através da superexploração do trabalho e do trabalhador, não esquecendo de citar uma parte da sociedade que era considerada livre, trabalhadores livres, no inicio eram portugueses condenados ao exílio na América como punição.
No Brasil colonial ser livre significava não ser escravo, mesmo sendo livres, os mais pobres eram marginalizado e tinham poucas chances de se ascender socialmente, eram privados de exigir melhores situações econômicas. Dentro deste grupo de trabalhadores livres estavam os degredados portugueses, escravos forros, os mestiços, pardos e brancos, é um grupo bastante variado onde a posição social e o serviço são variáveis, um trabalhador livre pode ser médico e outro um simples cavador de valas, boa parte desses homens livres não viviam melhor que muitos escravos.
O cultivo do açúcar e os engenhos trouxeram essa variação de trabalhadores livres, os senhores de engenhos se classificavam como os melhores e descriminavam não só os escravos e pobres, mas também o restante da comunidade branca. A divisão da terra através das sesmarias só beneficiava os ricos que se tornavam os grandes proprietários de terras e arrendavam uma parte para colonos que não possuíam condições para ter sua própria terra, denominando assim os Senhores de engenhos (produtores de açúcar) e os lavradores (produtores de cana). As relações entre senhores de engenho e agricultores, unidos pelo interesse e pela dependência em relação ao mercado internacional, formaram o setor açucareiro.
A definição da colônia feita de duas categorias na colônia senhores x escravos, priorizando as relações de produção e forças produtivas, escondeu de certa forma a sociedade que viviam neste universo social açucareiro, trabalhadores do campo e semi-livres que exerciam trabalhos como mercadores, roceiros, artesãos, oficiais, lavradores de roças e desocupados. A partir do século XVIII a colônia tinha uma população de libertos e libertas que se originavam pequenos proprietários de terras, de varias etnias: brancos pobres, negros libertos, mestiços, artesãos e trabalhadores livres, que não participavam diretamente desses dois universos hegemônicos da colônia eram deslocados dessa ordem escravista.
No texto de Schwartz, ele detalha os trabalhadores livres assalariados dos engenhos, voltando seus estudos para o Engenho Sergipe, trabalhadores que recebiam a soldada por dia ou tarefa, que ao longo do tempo sofreu declinações e diminuições dos salários. Dentro dos engenhos exerciam trabalhos como: mestres de açúcar, feitores, banqueiro, caixeiro, purgador, caldeireiro, médico(que também era dentista e farmacêutico) e escumeiro, funções que tinham um pagamento e que vária ao longo da colheita, do serviço e até mesmo do engenho em que se presta serviço, o feitor-mor recebia a soldada mais alta e não há uma disputa por trabalhadores. Há trabalhos que deixam de existir, como os barqueiros, vaqueiros, levadeiros e escumeiros, os trabalhadores são substituídos por escravos especializados, os trabalhadores livres começam a priorizar o trabalho artesanal(carpinteiro, ferreiro, sapateiro, ourives, alfaiates) querendo os salários por dia ou tarefa e não mais a soldada, se estes se tornarem muito requisitados obtinham uma renda anual alta
Outro exemplo dessa diversificação do trabalho livre é a economia mineradora. O século XVIII trás aos nossos estudos a região mineira aurífera, destacando o título do capitulo estudado “ da utilidade dos vadios” a autora propõe a analise de uma massa social pobre e negra que se torna aos olhos europeus perigosa e sem utilidade especifica, vadios desclassificados que são considerados de tal periculosidade a ordem constituída, a autora do texto questiona já no inicio que nos primeiros séculos os pobres eram coitadinhos de Cristo e no século XVIII se tornam vadios, marginais e perigosos.
Lembrando que os vadios eram trazidos da Europa para o Brasil, aqueles que eram rejeitados pela sociedade portuguesa eram desterrados aqui. Os europeus ociosos não escapavam do peso da chibata, as pessoas que tinham muitas qualidades não eram açoitadas, não podia passar mais de 20 dias sem emprego, caso acontecesse eram punidos com o açoite ou exílio, os que cometiam crimes mais graves eram trazidos para a colônia.
Os trabalhadores livres não possuíram uma estrutura social configurada por causa da instabilidade, pelo trabalho esporádico, incerto e aleatório, o vadio não tem um trabalho fixo, más a qualquer hora pode ser utilizado em alguma coisa, eram considerados como uma espécie de exercito de reserva da escravidão, uma mão-de-obra alternativa.