Respostas
Nesse sentido, em se tratando da linguagem literária, distintos são eles, visto que tal diversidade se aplica em virtude do caráter que se atribui à modalidade ora em evidência, ou seja, a plurissignificação. Assim, tendo em vista as intenções que o emissor (no caso, o artista de uma forma geral) pretende, almeja alcançar com o discurso que produz. No caso dos poemas, especificamente falando, torna-se ilimitado o uso de tais recursos que, em termos de materialidade poética, manifestam-se pelas figuras de linguagem, que nada mais são que todos os ornamentos que são aplicados ao trabalho com a própria palavra, cujo sentido é o de conferir ênfase a ela mesma.
Dessa forma, entre os muitos recursos, encontram-se aqueles voltados para o aspecto sonoro, os quais, quando bem utilizados, trabalham tão somente em prol da musicalidade, rimas, métrica e do ritmo propriamente dito. Entre eles, cabe-nos ressaltar acerca de alguns:
Assonância
Tal recurso define-se pela repetição de um mesmo fonema vocálico, como o que se manifesta nos versos de Manuel Bandeira, cuja criação tem como título A onda:
A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
A começar pela estética de tal criação, notamos que se trata de um poema bem ao gosto concreto - ainda que modernista-, justamente para enfatizar a forma com “a onda” se manifesta, ou seja, indo e vindo. Em se tratando dos recursos sonoros, há de constatar que por repetidas vezes os fonemas /a/ e /õ/ = (on), cujo intuito também não se destoa do efeito de sentido atribuído ao autor mediante o discurso em questão, isto é, simbolizar o próprio ritmo das ondas.