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Uma das cidades mais desenvolvidas do Ceará, Sobral (Região Norte), situada a 224 quilômetros de Fortaleza, em torno de cem mil habitantes, já garantiu destino adequado ao lixo, com a construção do primeiro aterro sanitário municipal do Nordeste, em 1999, com capacidade para 20 anos (das 56 trincheiras, apenas cinco foram usadas). As instalações e o funcionamento impressionam quem conhece lixões e até mesmo outros aterros. Por iniciativa do gerente, José Magalhães Filho, conhecido como ?Pulga?, os funcionários (devidamente equipados), separam o material mais grosseiro (para não atrapalhar o trabalho de compactação), que é doado ou vendido. Os pneus (10 a 12 mil/mês), são doados para a confecção de marambaias (atratores marinhos) em Bitupitá, Camocim, Itarema, Acaraú e Luiz Correia (Piauí); e cestos de lixo, vasos de plantas, cochos para alimentar animais, sola de sapato e tira de sofá. A renda do material reciclável e da produção de carvão com restos de poda, é usada na alimentação dos 12 funcionários e na manutenção do aterro, que possui minhocário, horta, pomar e farmácia viva, entre outros. Dentro do aterro não se sente mau cheiro, nem a presença de moscas. Sobral produz cem toneladas de lixo/dia, sendo 60% domiciliar e 40% industrial. O pequeno volume de lixo hospitalar (cerca de um metro cúbico/dia), segundo Pulga, é disposto em vala asséptica e um galpão já está preparado para receber um incinerador. Ele lembra que, de 15 em 15 dias, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) borrifa os pneus acumulados e o monitoramento físico-químico do lençol freático é constante. Apesar da boa operação do aterro, Sobral, ainda não tem coleta seletiva, o que ocasiona grande perda de material reciclável. Por enquanto, a única iniciativa é uma gincana nos colégios; e o início da segregação do lixo das indústrias, visando a obtenção de selos de qualidade.