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https://googleweblight.com/?lite_url=https://falandoemliteratura.com/2015/11/09/0-comecando-a-leitura-de-dom-quixote-apresentacao/&ei=gWIFI2JI&lc=pt-BR&s=1&m=515&host=www.google.com.br&ts=1490987808&sig=AJsQQ1C1OcKxySIt56ltOqUYTh41yU8eMg
Dom Quixote é uma obra extensa e complexa, portanto, a resenha será postada por capítulos, hoje só a introdução, algumas informações básicas para entrarmos no clima do livro. Vamos lá!
O engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha, o nome correto do livro, de Miguel de Cervantes Saavedra (Alcalá de Henares, 29/09/1574- Madri, 22/04/1616)* é um clássico não só da literatura espanhola, mas da literatura universal. É considerada a precursora do romance moderno, foi publicada em 1605, ou seja, há 400 anos. A obra foi financiada pela Casa Real e passou por uma censura para ser aprovada. A página fotografada abaixo é uma reprodução da 1ª edição:

**Dom Quixote está dividido em duas partes: a primeira de 1614, com 52 capítulos com um prólogo burlesco e alguns poemas; a segunda parte saiu no ano seguinte. Dom Quixote tem mais de 700 personagens (eu vou listar todos), uma síntese da sociedade espanhola em todos os seus estratos sociais nos séculos XVI e XVII.
O autor:

Miguel de Cervantes de Saavedra não teve muita sorte. Estranha afirmação para referir- se ao criador do romance moderno e o autor do maior livro de todos os tempos, não é?! Veja: tentou ser soldado, mas foi ferido, seu braço esquerdo ficou inutilizado; tentou ser poeta, não teve sucesso, não foi aceito pelos seus contemporâneos, mas nunca desistiu da poesia; tentou a dramaturgia, mas não foi aceito pelo público, mas nunca deixou a paixão pelo teatro. Tinha uma “rixa” com o dramaturgo Lope de Vega (a quem critica em “Dom Quixote”). Cervantes não desistiu de escrever para a nossa sorte e virou romancista e nesse gênero virou mestre. É uma boa dica para a nação escritora: não desistir, tentar, mudar de gênero, experimentar, até achar o próprio caminho. A sua vida foi muito azarada, estilo “um passo para frente, dois para trás”, veja um pouco:
Cervantes viveu nos séculos XVI e XVII, presenciou três reinados, o apogeu e a decadência, o Renascentismo e o Barroco (refletidos em Dom Quixote), o século XVII é considerado o “Século de Ouro” das letras espanholas. Sobre a vida pessoal de Cervantes não se sabe muito, mas as informações conhecidas são duras. Nasceu em Alcalá de Henares (uma cidadezinha linda perto da capital espanhola), morou em Madri e com 20 anos foi à Itália. Quando voltou da guerra foi preso por piratas turcos e levado à Argélia, ficou no cativeiro durante cinco anos. Segundo estudiosos, Cervantes mudou muito depois dessa experiência, deixou os ideais de juventude. Voltou à Madri e sua família estava na pobreza. Casou em Toledo com Catalina de Salazar y Palácios, 19 anos mais jovem que ele. Estava arruinado, sem meios de vida, publicou Galatea (1585), foi para Sevilha trabalhar arrecadando impostos. Preso mais uma vez, porque o banqueiro para quem trabalhava foi à falência e ele era usado como testa de ferro. Mudou para Valladolid, publicou a primeira parte de Dom Quixote e teve outra confusão, que o mandou para a prisão de novo: um homem foi morto em frente à sua residência. Parece que alguma das mulheres da sua família (só morava com mulheres, esposa, mãe, irmãs) tinha hábitos pouco recatados para a época. Voltou para Madri outra vez, estava em apuros econômicos, e dedicou- se exclusivamente à escritura.
A cárcere inspira, parece. Quantas vezes mesmo Cervantes foi preso mesmo?! Uma vida muito pobre financeiramente, mas rica em experiências, conheceu muitos lugares e pessoas. E é surpreendente que um autor que teve uma vida tão atribulada tenha conseguido escrever um livro divertido, é uma comédia.
Cervantes lia bastante (deve ter tido muito tempo para ler durante suas prisões). O livro é cheio de referências da literatura clássica e mitologia. É também um livro carregado de ironias. Na introdução existe uma cita de Dostoiévski: “é a ironia mais amarga que pode expressar um homem.” (p. 15)
Esse é um livro para ler com máxima atenção. Que graça se o leitor não entender essas ironias? Preste muita atenção.
Os críticos espanhóis dizem que em Dom Quixote mora a Espanha do Século de Ouro inteira (XVI- XVII), “é um excelente estudo da sociedade do seu tempo” (p.10). Então é uma forma muito divertida de conhecer também um pouco da história da Espanha. A sociedade naquela época era em formato piramidal: reis, a nobreza e lá embaixo os trabalhadores, lavradores, pastores, criados, etc, uma sociedade bastante estratificada e é dessa forma que Cervantes conta em Dom Quixote.
https://googleweblight.com/?lite_url=https://falandoemliteratura.com/2015/11/09/0-comecando-a-leitura-de-dom-quixote-apresentacao/&ei=gWIFI2JI&lc=pt-BR&s=1&m=515&host=www.google.com.br&ts=1490987808&sig=AJsQQ1C1OcKxySIt56ltOqUYTh41yU8eMg
Dom Quixote é uma obra extensa e complexa, portanto, a resenha será postada por capítulos, hoje só a introdução, algumas informações básicas para entrarmos no clima do livro. Vamos lá!
O engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha, o nome correto do livro, de Miguel de Cervantes Saavedra (Alcalá de Henares, 29/09/1574- Madri, 22/04/1616)* é um clássico não só da literatura espanhola, mas da literatura universal. É considerada a precursora do romance moderno, foi publicada em 1605, ou seja, há 400 anos. A obra foi financiada pela Casa Real e passou por uma censura para ser aprovada. A página fotografada abaixo é uma reprodução da 1ª edição:

**Dom Quixote está dividido em duas partes: a primeira de 1614, com 52 capítulos com um prólogo burlesco e alguns poemas; a segunda parte saiu no ano seguinte. Dom Quixote tem mais de 700 personagens (eu vou listar todos), uma síntese da sociedade espanhola em todos os seus estratos sociais nos séculos XVI e XVII.
O autor:

Miguel de Cervantes de Saavedra não teve muita sorte. Estranha afirmação para referir- se ao criador do romance moderno e o autor do maior livro de todos os tempos, não é?! Veja: tentou ser soldado, mas foi ferido, seu braço esquerdo ficou inutilizado; tentou ser poeta, não teve sucesso, não foi aceito pelos seus contemporâneos, mas nunca desistiu da poesia; tentou a dramaturgia, mas não foi aceito pelo público, mas nunca deixou a paixão pelo teatro. Tinha uma “rixa” com o dramaturgo Lope de Vega (a quem critica em “Dom Quixote”). Cervantes não desistiu de escrever para a nossa sorte e virou romancista e nesse gênero virou mestre. É uma boa dica para a nação escritora: não desistir, tentar, mudar de gênero, experimentar, até achar o próprio caminho. A sua vida foi muito azarada, estilo “um passo para frente, dois para trás”, veja um pouco:
Cervantes viveu nos séculos XVI e XVII, presenciou três reinados, o apogeu e a decadência, o Renascentismo e o Barroco (refletidos em Dom Quixote), o século XVII é considerado o “Século de Ouro” das letras espanholas. Sobre a vida pessoal de Cervantes não se sabe muito, mas as informações conhecidas são duras. Nasceu em Alcalá de Henares (uma cidadezinha linda perto da capital espanhola), morou em Madri e com 20 anos foi à Itália. Quando voltou da guerra foi preso por piratas turcos e levado à Argélia, ficou no cativeiro durante cinco anos. Segundo estudiosos, Cervantes mudou muito depois dessa experiência, deixou os ideais de juventude. Voltou à Madri e sua família estava na pobreza. Casou em Toledo com Catalina de Salazar y Palácios, 19 anos mais jovem que ele. Estava arruinado, sem meios de vida, publicou Galatea (1585), foi para Sevilha trabalhar arrecadando impostos. Preso mais uma vez, porque o banqueiro para quem trabalhava foi à falência e ele era usado como testa de ferro. Mudou para Valladolid, publicou a primeira parte de Dom Quixote e teve outra confusão, que o mandou para a prisão de novo: um homem foi morto em frente à sua residência. Parece que alguma das mulheres da sua família (só morava com mulheres, esposa, mãe, irmãs) tinha hábitos pouco recatados para a época. Voltou para Madri outra vez, estava em apuros econômicos, e dedicou- se exclusivamente à escritura.
A cárcere inspira, parece. Quantas vezes mesmo Cervantes foi preso mesmo?! Uma vida muito pobre financeiramente, mas rica em experiências, conheceu muitos lugares e pessoas. E é surpreendente que um autor que teve uma vida tão atribulada tenha conseguido escrever um livro divertido, é uma comédia.
Cervantes lia bastante (deve ter tido muito tempo para ler durante suas prisões). O livro é cheio de referências da literatura clássica e mitologia. É também um livro carregado de ironias. Na introdução existe uma cita de Dostoiévski: “é a ironia mais amarga que pode expressar um homem.” (p. 15)
Esse é um livro para ler com máxima atenção. Que graça se o leitor não entender essas ironias? Preste muita atenção.
Os críticos espanhóis dizem que em Dom Quixote mora a Espanha do Século de Ouro inteira (XVI- XVII), “é um excelente estudo da sociedade do seu tempo” (p.10). Então é uma forma muito divertida de conhecer também um pouco da história da Espanha. A sociedade naquela época era em formato piramidal: reis, a nobreza e lá embaixo os trabalhadores, lavradores, pastores, criados, etc, uma sociedade bastante estratificada e é dessa forma que Cervantes conta em Dom Quixote.
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