• Matéria: Português
  • Autor: Anônimo
  • Perguntado 8 anos atrás

Preciso de um resumo desse texto de Ivan Ângelo

Uma leitora se refere aos textos aqui publicados como “reportagens”. Um leitor os chama de “artigos”. Um estudante fala deles como “contos”. Há os que dizem: “seus comentários”. Outros os chamam de “críticas”. Para alguns, é “sua coluna”.

Estão errados? Tecnicamente, sim – são crônicas –, mas… Fernando Sabino, vacilando diante do campo aberto, escreveu que “crônica é tudo que o autor chama de crônica”.

A dificuldade é que a crônica não é um formato, como o soneto, e muitos duvidam que seja um gênero literário, como o conto, a poesia lírica ou as meditações à maneira de Pascal. Leitores, indiferentes ao nome da rosa, dão à crônica prestígio, permanência e força. Mas vem cá: é literatura ou é jornalismo? Se o objetivo do autor é fazer literatura e ele sabe fazer…

Há crônicas que são dissertações, como em Machado de Assis; outras são poemas em prosa, como em Paulo Mendes Campos; outras são pequenos contos, como em Nelson Rodrigues; ou casos, como os de Fernando Sabino; outras são evocações, como em Drummond e Rubem Braga; ou memórias e reflexões, como em tantos. A crônica tem a mobilidade de aparências e de discursos que a poesia tem – e facilidades que a melhor poesia não se permite.

Está em toda a imprensa brasileira, de 150 anos para cá. O professor Antonio Candido observa: “Até se poderia dizer que sob vários aspectos é um gênero brasileiro, pela naturalidade com que se aclimatou aqui e pela originalidade com que aqui se desenvolveu”.

Alexandre Eulálio, um sábio, explicou essa origem estrangeira: “É nosso familiar essay, possui tradição de primeira ordem, cultivada desde o amanhecer do periodismo nacional pelos maiores poetas e prosistas da época”. Veio, pois, de um tipo de texto comum na imprensa inglesa do século XIX, afável, pessoal, sem cerimônia e no entanto pertinente.

Por que deu certo no Brasil? Mistérios do leitor. Talvez por ser a obra curta e o clima, quente.

A crônica é frágil e íntima, uma relação pessoal. Como se fosse escrita para um leitor, como se só com ele o narrador pudesse se expor tanto. Conversam sobre o momento, cúmplices: nós vimos isto, não é leitor?, vivemos isto, não é?, sentimos isto, não é? O narrador da crônica procura sensibilidades irmãs.

Se é tão antiga e íntima, por que muitos leitores não aprenderam a chamá-la pelo nome? É que ela tem muitas máscaras. Recorro a Eça de Queirós, mestre do estilo antigo. Ela “não tem a voz grossa da política, nem a voz indolente do poeta, nem a voz doutoral do crítico; tem uma pequena voz serena, leve e clara, com que conta aos seus amigos tudo o que andou ouvindo, perguntando, esmiuçando”.

A crônica mudou, tudo muda. Como a própria sociedade que ela observa com olhos atentos. Não é preciso comparar grandezas, botar Rubem Braga diante de Machado de Assis. É mais exato apreciá-la desdobrando-se no tempo, como fez Antonio Candido em “A vida ao rés-do-chão”: “Creio que a fórmula moderna, na qual entram um fato miúdo e um toque humorístico, com o seu quantum satis de poesia, representa o amadurecimento e o encontro mais puro da crônica consigo mesma”. Ainda ele: “Em lugar de oferecer um cenário excelso, numa revoada de adjetivos e períodos candentes, pega o miúdo e mostra nele uma grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitadas”.

Elementos que não funcionam na crônica: grandiloqüência, sectarismo, enrolação, arrogância, prolixidade. Elementos que funcionam: humor, intimidade, lirismo, surpresa, estilo, elegância, solidariedade.

Cronista mesmo não “se acha”. As crônicas de Rubem Braga foram vistas pelo sagaz professor Davi Arrigucci como “forma complexa e única de uma relação do Eu com o mundo”. Muito bem. Mas Rubem Braga não se achava o tal. Respondeu assim a um jornalista que lhe havia perguntado o que é crônica:

– Se não é aguda, é crônica.

Respostas

respondido por: emanuel1799
27
perdão eu dei uma lida rápida pq eu tô estudando também. Mas oq eu entendi do texto foi muitas pessoas até hoje confundem reportagens e as chamam de Crônicas. Mas oq são crônicas? Crônica é uma narrativa histórica que expõe os fatos seguindo uma ordem cronológica. Nos jornais, revistas e etc...a crônica é uma pequena narração onde o autor pública fatos relacionados ao cotidiano. Mas a crônica também pode ser uma crítica a sociedade através de uma história que pode ser ou não verdadeira, muitos atores do romantismo usavam dessa ferramenta para criticar os costumes dá sociedade. Mas como foi dito no texto dá mesma forma que a sociedade muda, as crônicas e seus conceitos também mudam

emanuel1799: espero ter ajudado
emanuel1799: nao sei se ta 100 correto sou mais de exatas
emanuel1799: pode acrescentar algo mais se quiser
Anônimo: Obrigado amore ♥
emanuel1799: nada!!❤
respondido por: Liziamarcia
44
IVAN ÂNGELO em seu texto tenta explicar o que é uma CRÔNICA devido a várias designações . São reportagens ; artigos ; contos ; críticas ; coluna ou como diz FERNANDO SABINO CRONICA é tudo que o autor chama de crônica , e que ele sabe fazer
Existem crônicas com as Mais variadas formas : dissertações ; prosa ;pequenos contos ; evocações; memórias e reflexões dando ao genero facilidades que a poesia não tem . Talvez seja por isso que ela se deu tão bem no Brasil ! Ela realiza uma relação pessoal , íntima , frágil , e faz o leitor e o narrador cúmplices.
A cronica evoluiu com o tempo é hoje el mostra nas crônicas beleza , singularidade e grandeza . As crônicas precisam de humor estilo , lirismo surpresa .Segundo Rubem Braga CRONICA é se não é algo muito tenso é CRONICA


Anônimo: Obrigada ♥
Liziamarcia: De nada !
Liziamarcia: OBRIGADA por considerar a minha resposta a melhor
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