Leia o texto a seguir:Obesidade, consumo e política: uma conversa sobre as mudanças mundiais na alimentaçãoPor que estamos engordando? O que a política tem a ver com os alimentos? Por que não vemos publicidade de legumes na TV?Essas e outras questões relacionadas às transformações na alimentação e suas consequências no cenário internacional foram abordadas por Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável do Ministério da Saúde de Portugal e doutor em Nutrição Humana pela Universidade do Porto. Em visita ao Brasil, ele participou do Seminário Internacional: Escolhas Alimentares e seus Impactos, no Sesc Santos. Confira algumas questões levantadas.Estamos engordando: Ao comparar gráficos da presença da obesidade nas populações dos Estados Unidos e da área rural de Bangladesh, por exemplo, o professor Pedro Graça conclui: essa é uma epidemia global. A obesidade cresceu nos últimos 20 anos não só em países industrializados, com ampla oferta de alimentos, mas chegou até áreas rurais da Ásia.Os mais pobres engordam mais: Até recentemente, acreditava-se que essa era uma epidemia que atingia principalmente as populações que estavam melhorando economicamente, associada ao acesso à alimentação, ao acesso à caloria, à gordura, à proteína. Mas não é bem assim: “O que nós estamos a viver é não só o aumento da doença no mundo inteiro, mas, ao contrário do que se esperava, quem é mais afetada é a população mais carente, mais vulnerável. Pobreza e obesidade se aproximam de tal maneira que a pessoa pode ter fome e ser obesa ao mesmo tempo. Coisa que para nós da biologia é um paradoxo”, afirma.Somos treinados para engordar: “Nós somos uma máquina de engordar”. Isso porque a capacidade de acumular reservas de energia na forma de gordura foi essencial para a sobrevivência do ser humano, diante da escassez de alimentos. “O ser humano está preparado para lidar com a fome há dois milhões de anos. E começou a lidar com excesso de calorias há 50 anos. Não estamos preparados biologicamente para isso”, afirma Pedro.O que mudou?: Diversas alterações demográficas causaram mudanças na alimentação: a entrada da mulher no mercado de trabalho e na vida acadêmica, o envelhecimento da população e a necessidade de se trabalhar mais horas são alguns exemplos. E, se aumenta o tempo do trabalho, o que fica para trás é o tempo de cozinhar e de ficar com os filhos. Os alimentos que já vêm prontos têm, portanto, muito mais apelo do que aqueles que exigem tempo e conhecimentos culinários para o preparo. Além disso, em muitos lugares é mais fácil e barato encontrar produtos ultraprocessados e calóricos – ricos em açúcar, sal e gordura – em vez de alimentos frescos.Você já viu propaganda de alface na TV?: Provavelmente não. Mas vemos diariamente publicidade de produtos ultraprocessados e super calóricos, não é mesmo? Pedro Graça chama atenção para o fato de que grandes indústrias alimentícias lucram muito, enquanto quem trabalha no campo com frutas e legumes, em geral, tem ganhos pequenos e são os que mais sofrem com as oscilações na economia e nos preços dos alimentos. Assim fica fácil entender como um lado tem muito mais capacidade de investir e produzir comunicação (publicidade, marketing etc.) do que o outro.É preciso reconhecer o ambiente: De acordo com o pesquisador W. Philip James, durante décadas pensou-se que a atenção e o esforço individual fossem suficientes para prevenir a obesidade, porém depois de décadas desse esforço, as taxas de ganho de peso continuaram a subir. Essa epidemia reflete a presença de um ambiente tóxico ou obesogênico. Isso significa que não adianta ensinar as pessoas sobre alimentação saudável, se não há um ambiente favorável a isso, ou seja, se não há oferta de alimentos saudáveis em local próximo, a preços acessíveis.“Eu tenho primeiro que me preocupar com as condições que existem ou que eu posso criar para que o suco de laranja apareça, para em seguida dizer como é importante consumir suco de laranja”, exemplifica Pedro Graça.Disponível em .Acesso em 08 jun 2016 (com adaptações).Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta:I. De acordo com o texto, o cuidado com o peso é uma questão de educação individual e a obesidade aumenta entre os mais pobres por falta de instrução.II. As alterações no modo de vida têm responsabilidade pelo aumento da obesidade, uma vez que há incentivo ao consumo de produtos ultraprocessados, mais práticos do que os alimentos frescos.III. A melhora econômica facilita o acesso da população aos alimentos e, consequentemente, aumenta a prevalência de obesidade...IV. A propaganda e o marketing têm influência sobre a venda de produtos industrializados e atingem apenas as regiões urbanas.Assim:a.Nenhuma afirmativa está correta.b.As afirmativas I e II estão corretas.c.Apenas a afirmativa II está correta.d.As afirmativas III e IV estão corretas.e.As afirmativas II e III estão corretas.
Respostas
respondido por:
37
Resposta C - Apenas a afirmativa II está correta
respondido por:
4
A alternativa correta quanto à classificação das afirmativas sobre a obesidade é a letra C) Apenas a afirmativa II está correta.
Análise das afirmações sobre a obesidade:
- I - FALSA, porque o cuidado com o peso é uma questão de educação coletiva.
- II - VERDADEIRA, uma vez que as modificações na vida das pessoas leva a um maior índice de obesidade, já que há mais consumo de ultraprocessados.
- III - FALSA, pois a melhora econômica diminui a prevalência da obesidade.
- IV - FALSA, dado que a propaganda e o marketing atingem também as regiões rurais.
Veja mais sobre a obesidade:
https://brainly.com.br/tarefa/15144814
Anexos:
Perguntas similares
6 anos atrás
6 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás