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Rugosidades do espaço geográfico, como vimos, é um rico conceito desenvolvido pelo geógrafo e professor Milton Santos, que afirma que ao longo da História as ações humanas e as sociedades vão imprimindo suas construções ao espaço geográfico, registrando suas atividades, seus costumes, suas tecnologias, suas culturas. Algumas dessas construções materiais ainda existem até nossos dias e carregam consigo toda sua história. Na maioria dos casos, essas construções, como prédios antigos, têm hoje novas funções, diferentes daquelas para as quais foram edificadas. É provável que, desde sua inauguração até os dias atuais, tenham tido ainda outras diferentes funções. Não se trata apenas de dados da materialidade, mas, também, de trabalho morto, de experiências coisificadas, de história materializada no espaço.
As rugosidades são mais facilmente visíveis no meio urbano, onde os objetos modernos são impostos e requisitados. Mas, a confluência e a coabitação de objetos antigos e novos também podem ser percebidas no meio rural, onde as modernas agroindústrias compõem o espaço com tradicionais formas de moradia.
As rugosidades podem ser percebidas pelas construções lado a lado, como no caso dos prédios. Mas, também, podem ser vistas dentro do conjunto urbano: áreas e bairros modernos e outros tradicionais compondo a mesma cidade.