Respostas
As causas do êxodo rural são diversas, dentre elas temos a mecanização no processo de agricultura. Com o crescimento econômico de determinadas regiões, os campos modernizam-se e as atividades manuais passam a ser mecanizadas, substituindo a mão de obra por máquinas. O trabalhador rural, em desvantagem perante a modernização do campo, sem trabalho e sustento para a família, vê-se obrigado a migrar para a cidade em busca de emprego e melhores condições de vida.
PUBLICIDADEA capitalização também é um fator determinante para essa transição do campo/cidade. As cidades industrializam-se e com as novas fábricas e empresas aumenta a oferta de trabalho, atraindo os moradores do campo que buscam melhoria de vida e melhores empregos. Contudo, a oferta torna-se escassa devido à quantidade de migrantes que vão surgindo e grande parte dessa população, que se desloca para os centros urbanos, não têm a qualificação adequada para as vagas oferecidas.
O contingente de migrantes no Brasil teve seu ápice na década de 60, no governo de JK (Juscelino Kubitscheck), com a abertura econômica para capital internacional e a instalação de grandes multinacionais e montadoras na região Sudeste do país, a qual recebeu grande investimento do governo. Muitos trabalhadores do Norte e Nordeste também migraram em peso para a região central do Brasil na época da construção de Brasília, em busca de empregos na área da construção civil.
ConsequênciasAs consequências desse processo de migração em massa são inúmeras. Como o número de trabalhadores superava o número de vagas de emprego ofertadas, muitos acabaram instalando-se nas regiões periféricas das cidades, lugares carentes de serviços essenciais como saneamento, saúde, escola e transporte.
Esse crescimento desenfreado da população urbana causou o inchaço das cidades, deixando os trabalhadores amontoados nos morros, cortiços e com isso deu-se o surgimento de inúmeras favelas em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte entre outras. O grande salto no número de habitantes nas áreas carentes fez aumentar a violência e, desempregados, muitos viram como opção o trabalho informal (como vendedores ambulantes). A falta de planejamento urbano junto com o êxodo rural também teve como consequência o aumento de doenças e miséria dentre as classes mais pobres.
Na construção de Brasília não foi diferente; um número extremamente alto de migrantes deslocou-se para a região central do país e instalou-se pelos arredores da capital federal, fazendo surgir cidades que estavam fora do planejamento urbano, hoje chamadas de cidades-satélites.
Os problemas causados pelo crescimento desenfreado e falta de estrutura urbana para receber tal contingente de migrantes são vistos até os dias de hoje, na desigualdade social, violência e cidades com um grande número de favelas.
O êxodo rural, embora em menor percentual, ainda é praticado nos dias atuais e vem transformando a geografia do país. Ações governamentais como incentivo aos trabalhadores rurais, subsídios e melhor planejamento urbano podem ajudar a diminuir esse contingente de migrantes e a manter o homem do campo no campo, para que este não venha a se tornar mais um no percentual geográfico das grandes cidades.