(Geekie 2013)
[...]
Dá para notar claramente na grande mídia – particularmente na que envolve os canais abertos de tevê
– a preocupação de pegar carona nessa mudança que o país experimenta e “conquistar” a nova classe “C”, até porque os canais fechados e a internet já lhes roubaram vastos percentuais das classes ditas “elevadas”.
Nada mais lógico, nada mais esperado, por parte de quem se sustenta em função de ibopes. Impossível questionar essa tentativa de sedução. Mas é preciso cuidar do nível. E isso não parece estar acontecendo com a mídia e suas novelas de baixo nível dramatúrgico com enredos previsíveis e lineares, seus programas de reality show que exacerbam a vulgaridade, seu processo manipulador de informação, sua programação centrada no apelo sexual do chamado “consumo do corpo”, sua promoção de “celebridades” efêmeras, porque falsas.
Por que faço essas observações? Penso que a atual obrigação do Governo é zelar, sim, pelo pão na mesa dos brasileiros. Essa política tem a ver com cidadania, dignidade, justiça social. Mas também acho que isso deve ser acompanhado de um outro alimento, o do espírito, que se dá sob o império de um processo educativo, que não passa apenas pelas escolas públicas de qualidade – que estamos longe de ter –, por professores bem formados e bem remunerados – de que carecemos – mas também por uma produção cultural que, se não pode nem deve ser diretamente gerida pelo Estado, nem por isso pode ficar, sem qualquer controle, ao belprazer de outros segmentos interessados em aspectos comerciais, às vezes com a velha ideia de que, para o povo, basta o samba, o sexo e o futebol...
LIMA, R. M. Panis et Circences. Direto da Redação, 21 maio 2012 (adaptado).
A leitura atenta do texto permite a conclusão de que o autor procura defender:
o direito de o Estado intervir indiscriminadamente nas programações da tevê aberta, que, por serem concessões públicas, devem produzir o que interessar ao governo.o samba, o sexo e o futebol como únicos valores que não devem faltar na programação cultural das tevês, por traduzirem o espírito do nosso povo.o direito da televisão aberta de decidir, sem intervenções de qualquer natureza, a programação cultural oferecida ao público.a necessidade de existir um relativo controle sobre as produções culturais disseminadas pela rede aberta de televisão.
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Alertar os leitores pelos fatores sociais que caracterizam as situações, as culturas e os preconceitos no dia a dia: ser humano com argumentos.
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