Respostas
respondido por:
2
1. GLOBALIZAÇÃO E AUTONOMIA: aproximações gerais
O atual processo de globalização tem sido visto/analisado como algo exclusivamente positivo, ou então, exclusivamente, negativo. Os apologistas defendem este processo como um novo tempoespaço que abre possibilidades para realização dos indivíduos através de um progresso social e econômico positivos (com melhores padrões de vida), da inovação tecnológica (maior facilidade de locomoção, de contato com o mundo, de ganho de tempo, de acesso à informação) e da liberdade cultural. Possuem uma concepção bastante clara dos desenvolvimentos técnicos propiciados pelo capitalismo global, porém minimizam as conseqüências socioeconômicas e as políticas negativas para os indivíduos neste contexto.
Os críticos radicais acentuam que a globalização é a responsável pelo aumento da pobreza, da violência e da destruição ambiental; é destruidora das tradições locais, provoca uma homogeneização cultural sem precedentes e subordina as regiões mais pobres às mais ricas. Através de uma postura idealista, afirmam que a globalização é determinada pelo neoliberalismo, faltando-lhes a distinção entre o que é um fenômeno estrutural objetivo (globalização) e o que é um programa político-ideológico (neoliberalismo) que procura se adaptar a este fenômeno. Se é ingenuidade negar a influência do neoliberalismo sobre a globalização, também o é afirmar sua determinação. Ao contrário dos apologistas, negam as positividades deste processo.
Neste dualismo estão envolvidos preconceitos ideológicos que servem para justificar posições teóricas e políticas. Um enfoque voltado unicamente para a riqueza ou então para a pobreza de nossa História presente representa julgamentos moralistas absolutos que obstaculizam um entendimento efetivamente crítico da globalização. Constitui-se, portanto, dogmatismo, ingenuidade e limitação teórica a exigência que, muitas vezes, se coloca para que nos posicionemos a favor ou contra a globalização.
Além dessas posturas, temos também visões fragmentadas da globalização, que a compreendem apenas como formação de megablocos e blocos regionais de poder (domínio econômico); ou somente como o desenvolvimento da economia informacional (domínio tecnológico); ou um processo exclusivamente cultural; ou então significa apenas a vitória do mercado (domínio ideológico). Uma visão efetivamente crítica da globalização leva em consideração que ela é uma condição histórica concreta e, portanto, permeada de contradições (produtivas e não-produtivas), que é um fenômeno multidimensional, que diz respeito não só ao domínio econômico, mas também ao domínio político, ao sociocultural, ao tecnológico, ao educacional, etc.
Além de ser mais do que um fenômeno micro ou macroeconômico, a globalização também diz respeito ao nosso cotidiano, sendo este outro aspecto que tem sido bastante negligenciado nas análises, pois priorizam as influências de grande alcance; mas a globalização também é, conforme destaca Giddens (1996), um fenômeno "aqui dentro", diretamente ligado às circunstâncias da vida local. Por exemplo, não só a decisão de se organizar um bloco econômico de poder terá repercussões no nosso dia-a-dia, como também as nossas decisões no âmbito das relações pessoais, no campo do consumo (tipos de produtos que consumimos, freqüência deste consumo, etc.), em relação ao nosso corpo, enfim, nossas ações cotidianas repercutem na ordem global(1).
Estamos aqui em contato com o clássico conceito de globalização dado por Giddens (1991) no qual ele a coloca como a intensificação das relações sociais em escala mundial e as conexões entre as diferentes regiões do globo, através das quais os acontecimentos locais sofrem a influência dos acontecimentos que ocorrem a muitas milhas de distância e vice-versa. As conseqüências de nossos atos estão encadeadas de tal forma que o que fizemos agora repercute em espaços e tempos distantes. Isto diz respeito às interconexões que se dão entre as dimensões global, local e cotidiana e, log
O atual processo de globalização tem sido visto/analisado como algo exclusivamente positivo, ou então, exclusivamente, negativo. Os apologistas defendem este processo como um novo tempoespaço que abre possibilidades para realização dos indivíduos através de um progresso social e econômico positivos (com melhores padrões de vida), da inovação tecnológica (maior facilidade de locomoção, de contato com o mundo, de ganho de tempo, de acesso à informação) e da liberdade cultural. Possuem uma concepção bastante clara dos desenvolvimentos técnicos propiciados pelo capitalismo global, porém minimizam as conseqüências socioeconômicas e as políticas negativas para os indivíduos neste contexto.
Os críticos radicais acentuam que a globalização é a responsável pelo aumento da pobreza, da violência e da destruição ambiental; é destruidora das tradições locais, provoca uma homogeneização cultural sem precedentes e subordina as regiões mais pobres às mais ricas. Através de uma postura idealista, afirmam que a globalização é determinada pelo neoliberalismo, faltando-lhes a distinção entre o que é um fenômeno estrutural objetivo (globalização) e o que é um programa político-ideológico (neoliberalismo) que procura se adaptar a este fenômeno. Se é ingenuidade negar a influência do neoliberalismo sobre a globalização, também o é afirmar sua determinação. Ao contrário dos apologistas, negam as positividades deste processo.
Neste dualismo estão envolvidos preconceitos ideológicos que servem para justificar posições teóricas e políticas. Um enfoque voltado unicamente para a riqueza ou então para a pobreza de nossa História presente representa julgamentos moralistas absolutos que obstaculizam um entendimento efetivamente crítico da globalização. Constitui-se, portanto, dogmatismo, ingenuidade e limitação teórica a exigência que, muitas vezes, se coloca para que nos posicionemos a favor ou contra a globalização.
Além dessas posturas, temos também visões fragmentadas da globalização, que a compreendem apenas como formação de megablocos e blocos regionais de poder (domínio econômico); ou somente como o desenvolvimento da economia informacional (domínio tecnológico); ou um processo exclusivamente cultural; ou então significa apenas a vitória do mercado (domínio ideológico). Uma visão efetivamente crítica da globalização leva em consideração que ela é uma condição histórica concreta e, portanto, permeada de contradições (produtivas e não-produtivas), que é um fenômeno multidimensional, que diz respeito não só ao domínio econômico, mas também ao domínio político, ao sociocultural, ao tecnológico, ao educacional, etc.
Além de ser mais do que um fenômeno micro ou macroeconômico, a globalização também diz respeito ao nosso cotidiano, sendo este outro aspecto que tem sido bastante negligenciado nas análises, pois priorizam as influências de grande alcance; mas a globalização também é, conforme destaca Giddens (1996), um fenômeno "aqui dentro", diretamente ligado às circunstâncias da vida local. Por exemplo, não só a decisão de se organizar um bloco econômico de poder terá repercussões no nosso dia-a-dia, como também as nossas decisões no âmbito das relações pessoais, no campo do consumo (tipos de produtos que consumimos, freqüência deste consumo, etc.), em relação ao nosso corpo, enfim, nossas ações cotidianas repercutem na ordem global(1).
Estamos aqui em contato com o clássico conceito de globalização dado por Giddens (1991) no qual ele a coloca como a intensificação das relações sociais em escala mundial e as conexões entre as diferentes regiões do globo, através das quais os acontecimentos locais sofrem a influência dos acontecimentos que ocorrem a muitas milhas de distância e vice-versa. As conseqüências de nossos atos estão encadeadas de tal forma que o que fizemos agora repercute em espaços e tempos distantes. Isto diz respeito às interconexões que se dão entre as dimensões global, local e cotidiana e, log
Perguntas similares
6 anos atrás
6 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás