• Matéria: Português
  • Autor: Anônimo
  • Perguntado 8 anos atrás

Atividade sobre a cronica => Dê uma chance ao ser humano
Tutty Vasques
A vizinha tocou a campainha e, quando abri a porta, surpreso com a visita inesperada, ela entrou, me abraçou forte e falou devagar, olhando fundo nos meus olhos: "Você tem sido um vizinho muito compreensivo e eu ando muito relapsa na criação dos meus cachorros. Isso vai mudar!" Desde então, uma série de procedimentos na casa em frente à minha acabou com um pesadelo que me atormentou por mais de um ano. Sei que todo mundo tem um caso com o cachorro do vizinho para contar, mas, com final feliz assim, francamente, duvido. A história que agora passo a narrar do início explica em grande parte por que ainda acredito no ser humano – ô, raça!
Meus vizinhos, pelo menos assim os vejo da janela lá do cafofo, não são pessoas comuns. Falo de gente especial, um casal de artistas, ele músico, ela bailarina, dupla de movimentos suaves e silenciosos, olhar maduro, fuso horário próprio e descompromisso amplo, geral e irrestrito com a pressa na execução das tarefas domésticas que assumem sem a ajuda de ninguém. A família como se imaginava nos anos 60. Um cuida do jardim, faz compras de bicicleta, bate o tapete na sacada do 2º andar. Outro lava a calçada, cozinha (sempre os imaginei vegetarianos), apara a hera na fachada de pedra... A paz mora do outro lado da rua e, confesso, morro de inveja quando me mato de trabalhar noite adentro ali adiante. Queria ser como eles.
Quando o primeiro pastor alemão chegou ainda moleque para morar com meus adoráveis vizinhos, a casa de pedra viveu dias de alegria contagiante. O bicho era uma gracinha, foi crescendo, começou a latir, mas nada que quebrasse a harmonia do lugar. (Eu moro, esqueci de dizer, no paraíso.) Quando, logo depois do primeiro acasalamento, o segundo pastor alemão fez crescer a família, cada paralelepípedo da minha rua pressentiu o que estava para acontecer. Ou não! De qualquer forma, eu achava que, se porventura aquilo virasse o inferno que se anunciava, outro vizinho decerto perderia a paciência antes de mim, que, afinal, virei tiete do jeito de viver que espiava pela janela do escritório de casa. Eu ir lá reclamar, nunca!
Não sei se os outros vizinhos decidiram em assembléia que esperariam a todo custo por uma reação minha, mas, para encurtar a história, o fato é que, um ano e tanto depois da chegada do primeiro pastor alemão àquela casa, eu tive um ataque, enlouqueci, surtei. Imagine o mico: vinha chegando da rua com meus filhos – gêmeos de 10 anos –, chovia baldes, eu não conseguia achar as chaves e os bichos gritavam como se fôssemos assaltantes de banco. Segura o guarda-chuva! Cadê as chaves? Será que não podiam ao menos parar de latir um pouco, caramba?

ATIVIDADE

1 – A crônica é um gênero textual produzido, em geral, a partir de fatos do cotidiano. Apresenta situação inicial, elemento modificador, conflito e desfecho.
a) Que fato do cotidiano teria gerado essa crônica?
b) No primeiro parágrafo do texto lido, é apresentado o desfecho. A situação inicial só começa a ser apresentada no segundo parágrafo. Explique o efeito produzido por essa maneira de organizar a crônica.
c)Compare a reação do narrador, após a visita da vizinha, à reação que ele expressa nesta frase: “Ô raça!”.
d) O que o faz mudar de opinião a respeito do ser humano?

2 – Ainda no primeiro parágrafo, o narrador anuncia que tem um objetivo ao contar a história. Que objetivo é esse?
a) A crônica pode ser elaborada com a intenção de divertir ou entreter, argumentar, propor uma reflexão, comover, etc. na crônica em estudo, é possível identificar o humor? Por quê?
b) Considerando as questões anteriores, com que intenção essa crônica teria sido produzida?

3 – No segundo parágrafo, é apresentada a situação inicial. O narrador parece esclarecer sua admiração pelo casal de vizinho. Explique por que o narrador julga os vizinhos pessoas especiais.
· Releia esta frase: “A família como se imaginava nos anos 60”. Que sentido ela apresenta no contexto?

4 – Ainda no desenvolvimento, no sexto e sétimo parágrafos, o narrador se sente constrangido devido sua atitude intempestiva.
a) Qual é a sua opinião sobre a decisão dele, tentando se desculpar com os filhos e os vizinhos?
b) Como você agiria em uma como essa? Enviaria também uma carta, ou e-mail aos vizinhos, ou conversaria pessoalmente? Esclareça sua resposta.

5- O desfecho, antecipado no primeiro parágrafo, ocorre depois que o narrador toma uma decisão. Que decisão é essa e o que a motiva?
a) que decisão o vizinho tomou com relação aos cães, e que a vizinha comunica ao narrador?

6 – O que surpreendeu o narrador quanto a esse fato?

7 – Observe a linguagem empregada na crônica em estudo. Há expressões da linguagem coloquial? Justifique sua resposta.

Respostas

respondido por: Liziamarcia
75
1-) a) o fato cotidiano ,foi o caso dos latidos irritantes , dos cães do vizinho.

B-)ao dar o desfecho antes , criou -se um interesse maior para ler a CRONICA .

C-)Ô , RAÇA ! --> que o ser humano é mau , mas ainda tem jeito

D- ele muda de opinião ,porque a vizinha reconheceu que errou .

2-)o objetivo de fazer a CRONICA é contar que o autor ainda acredita no ser humano
.A-) identifica -se o humor através do latido que os cães fazem e atrapalham o vizinho .
B-) nesta crônica ele propõe uma reflexão sobre a criação discriminada de animais , no caso cães em condomínio através de um caso engraçado , pois é mais fácil de assimilar as situações através do humor ..

3-)os vizinhos são pessoas especiais porque , hoje em dia não existe mais pessoas " dos anos 60". As pessoas trabalham e não tem tempo de cuidar das casas , da calçada ou mesmo dos animais que possuem .Ela apresenta no contexto de uma família perfeita , com as suas funções definidas .

4-)A-) ele achou que deveria conversar com seus filhos e mandar um e-mail para eles , sobre a sua atitude de xingara os cães com "o Calaaaaaa a booooooca! "
B ) é uma resposta pessoal -eu iria na casa dos vizinhos resolver o problema

5-)a decisão de escrever um pedido de desculpas aos vizinhos , pela sua explosão conta os latidos dos cães .
A) o vizinho comunica que eles decidiram tomar uma atitude em relação aos cães-- iriam tentar controlar o ímpeto dos animais ; são chamados atenção e eles se calam

6-) o narrador se surpreendeu porque ele não acredita que isto acontece no " mundo cão "de hoje
"-- o ser humano talvez ainda tenha alguma chance de dar certo , "

7-) --Ô raça -/-/ cafofo -/-/- Tiete-/-/ o mico -/-/- caramba -/-/- manja o pesadelo -/-/-



justificativa : Quando o narrador utiliza "a linguagem coloquial " ele não está preocupado com as normas gramaticais, e por isso, fala de maneira espontânea, descontraída, popular com o intuito de interagir com as pessoas.

Anônimo: Obrigada amore ♥
Liziamarcia: De nada querida !
Liziamarcia: A CRONICA eu já tinha lido , no jornal é muito interessante !!Precisando estou aqui !
Liziamarcia: Obrigada por considerar a minha resposta a melhor
respondido por: Bielgt450
13

Explicação:

no primeiro segundo parágrafo é apresentado a situação Inicial o narrador parece esclarecer sua admiração pelo casal vizinho Explique por que o narrador jogou os vizinhos para pessoas especiais

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