• Matéria: História
  • Autor: evertonbarros
  • Perguntado 8 anos atrás

RESUMO DE 50 LINHAS - resumo do governo fascista da Itália e governo nazista na Alemanha

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respondido por: byaa18
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Em 1900 foi novamente condenado a quatro anos de exílio na Sibéria. Aprofunda os seus estudos marxistas, iniciados na prisão - onde havia produzido um manuscrito, depois perdido, sobre a maçonaria - e começa a escrever artigos de crítica literária e cultural para a imprensa local.

Na Sibéria nascem suas duas filhas mais velhas, Nina e Zina - a primeira das quais morreria de tuberculose no final da década de 1920; a segunda suicidar-se-ia em Berlim durante a emigração forçada por Stalin, em 1933.

Em 1902, assumindo o nome Trótski (de um guarda prisional dos tempos de Odessa), conseguiu fugir da Sibéria rumo a Londres, onde se aproximou da figura que já então despontava na oposição social-democrata no exílio: Vladimir Lenin, então editor do "Iskra", jornal do Partido Social-Democrata dos Trabalhadores da Rússia (PSDTR). Apesar da oposição do "pai do marxismo russo", Georgi Plekhanov, Lenin introduziu Trótski no Conselho Editorial do "Iskra".

Esta primeira cooperação mútua entre os dois futuros líderes da Revolução Russa, no entanto, logo é rompida. Em 1903, Trótski participa no 2º congresso do PSDTR, onde se trava o famoso debate sobre as concepções organizacionais do partido. A corrente bolchevique, liderada por Lenin, favorece um partido centralizado sob a direção de revolucionários profissionais; a corrente menchevique, liderada por Plekhanov, pretende um partido com critérios mais amplos e disciplina partidária menos rígida.

Na sua obra Nossas Tarefas Políticas, Trótski discorda da concepção de partido de Lenin, a quem acusava de jacobinismo, e mantém afinidades com os mencheviques, de quem todavia se afasta quanto ao caráter e ao sujeito político e social da revolução na Rússia.

De fato Trótski mantém um certo grau de independência frente às duas correntes, as quais procura em vão conciliar. Em 1905 rompe com os mencheviques e torna-se socialista independente. É no decorrer desse primeiro exílio que Trótski, separado de Sokolovskaia (que continuaria a ser sua aliada política, militando na oposição trotskista durante a década de 1920 e desaparecendo no Gulag durante a década seguinte), conhece sua segunda esposa, Natália Sedova, que seria sua companheira para o resto da vida e com quem terá dois filhos, Serguei Sedov e Leon Sedov. Destes, o primeiro desapareceria no Gulag, durante as purgas de Stalin, e o segundo morreria misteriosamente em Paris, em 1938, durante o pós-operatório de uma apendicectomia, num hospital da emigração russa, admitindo-se hoje que tenha sido assassinado pelo GPU, dado que, à época, a comunidade russa exilada estava infiltrada por agentes da polícia política soviética. Diz-se que a internação no hospital teria sido sugerida a Sedov, por seu associado Mordka Zborovsky (codinome "Étienne"), o qual descobriu-se mais tarde ser um agente stalinista inflitrado no movimento trotskista[2].

Por volta de 1903, Trótski entraria em contato com o socialista alemão Alexander Helphand, conhecido como Parvus, o qual havia elaborado o primeiro esboço do que viria a ser a Teoria da Revolução Permanente: a ideia de que a futura revolução russa não seria como pensavam os mencheviques – dirigida pela burguesia liberal, buscando construir um Estado capitalista - nem como pensavam os bolcheviques – dirigida pela classe operária ou pelo campesinato mas cumprindo as mesmas tarefas democráticas e construindo um Estado capitalista à revelia da burguesia. Trótski propôs, alternativamente, que as tarefas democráticas, de caráter burguês, só poderiam ser cumpridas na Rússia sob a direção da classe operária,mas que esta, no processo de implantação destas reformas burguesas, necessariamente tenderia para o socialismo.

Dois anos depois de romper com Lenin, Trótski regressa à Rússia para participar na revolução de 1905, chegando a presidente do primeiro conselho revolucionário, o soviete de São Petersburgo. Fracassada a revolução, o seu envolvimento numa greve geral em outubro e apoio à rebelião armada que dela decorreu levam à condenação ao exílio perpétuo, novamente na Sibéria. Mas em janeiro de 1907 consegue novamente escapar e regressar a Londres para participar no 5º congresso do PSDTR. Em outubro desse ano muda-se para Viena, onde, em Outubro de 1908 funda um periódico social democrata bi-semanal em língua russa, o Pravda (A verdade), dirigido aos trabalhores na Rússia aos quais chega clandestinamente, que co-edita com Adolphe Joffe, Matvey Skobelev e Viktor Kopp, o qual iria editar até 23 de abril de 1912. Distribuído clandestinamente na Rússia, este jornal foi uma das publicação revolucionárias mais populares da época. O Pravda "vienense" de Trótski propugnava pela união das facções social-democratas russas, buscando superar intrigas políticas sectárias. No entanto, exatamente por esta posição "anti-sectária", Trótski não conseguiu evitar vivas polémicas com Lenin.


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