Respostas
Uma conclusão sobre o niilismo feita pelo próprio Pessoa no texto "NIILISMO — Eremita".
Em sua obra poética, pode-se evidenciar essas características supracitadas mais nos escritos dos heterônimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares. Um poema que traduz isso com grande evidência é a "Tabacaria". "Não sou nada, nunca serei nada, à parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo". E nesse trecho de "Esta velha angústica": "Um internado num manicómio é, ao menos, alguém, Eu sou um internado num manicómio sem manicómio. Estou doido a frio, Estou lúcido e louco, Estou alheio a tudo e igual a todos: Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura Porque não são sonhos Estou assim...". Também em "Nada fica de nada. Nada somos. "
Além de diversos outros exemplos na obra desse heterônimos que irão discutir e se posicionar criticamente em relação ao amor, à morte, à vida, à atitude dos homens, à subjetividade, à solidão, à Deus, à felicidade e tristeza. Lembrando, por fim, que a obra de Fernando Pessoa (em sentido amplo), é composta por dezenas de heterônimos, logo, não pode ter uma classificação e conceito únicos, então, o niilismo é uma característica presente em determinados heterônimos e poemas. Mas não se pode desconsiderar que isso pode variar de acordo o heterônomo/poema analisado. Como por exemplo o Fernando Pessoa (ortônimo) no livro "A mensagem", que irá escrever o famoso trecho "Valeu a pena. Tudo vale a pena. Se a alma não é pequena." ou o sensacionismo do Caeiro como a solução às indagações "metafísicas".