• Matéria: História
  • Autor: karolainne22
  • Perguntado 8 anos atrás

Preciso de um Texto sobre o Bolsa Familia ,

ARTIGO DE OPINIÃO...

MÍNIMO 25 LINHAS

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respondido por: RafaellaSilva17
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Segundo o estudo divulgado pelo IBGE, a participação da renda do trabalho no orçamento das famílias mais pobres - com renda per capita de até um quarto de salário mínimo - caiu de 73,6% em 2004 para 57% em 2013. Já a participação de "outras fontes" - que, no caso das famílias mais pobres se limita ao Bolsa Família e a outros programas de transferência de renda - subiu de 20,3% para 37,5%, contra uma média nacional de 18,3%. No Nordeste, esse porcentual chega a 43,8%; no Piauí, atinge 53,2%.

Os responsáveis pela pesquisa concluíram que o orçamento dessas famílias passou a ser determinado por essa renda oferecida pelo governo, embora a maior parte dessas pessoas continue a ter alguma renda proveniente do trabalho.

"Essas famílias têm uma característica de inserção precária no mercado de trabalho", disse Barbara Cobo, coordenadora do levantamento. "Elas entram e saem do mercado de trabalho o tempo todo. Com a transferência de renda governamental, elas passam a contar com uma renda complementar", explicou Barbara, salientando que o Bolsa Família é uma garantia de que o beneficiário terá alguma renda mesmo desempregado e pode recusar trabalho degradante.

A importância do Bolsa Família em um país desigual como o Brasil é evidente. O problema, conforme a pesquisa do IBGE mostra, é que o programa se tornou central, e não mais auxiliar, para seus beneficiários. E isso acontece porque não há "porta de saída".

Os números mostram que a pobreza diminuiu nos últimos anos. A mesma síntese do IBGE indica que a participação dos 10% mais ricos na renda do País recuou de 45,8% em 2004 para 41,7% em 2013. Já a participação dos 40% mais pobres cresceu de 9,4% para 11,6% no período. Enquanto isso, o Índice de Gini, que vai de 0 a 1, no qual zero representa menor desigualdade social, caiu de 0,555 para 0,501 entre 2004 e 2013.

No entanto, é importante sublinhar que essa queda da desigualdade se deu em um contexto econômico bem diverso do atual. Entre 2004 e 2011, o PIB do País cresceu em média 4,3% ao ano, graças principalmente ao aumento global do consumo de commodities vendidas pelo Brasil. Não é mera coincidência que o Índice de Gini tenha caído de forma mais acelerada (de 0,555 para 0,506) justamente naquele período.

Mas essa mudança socioeconômica só chegaria a bom termo se o País continuasse a crescer e se, principalmente, estivesse lastreada em pesados investimentos no setor produtivo e na melhoria da educação e da saúde justamente daqueles que hoje mais precisam do Bolsa Família. Os governos lulopetistas, no entanto, preferiam o caminho fácil da expansão do crédito e do estímulo ao consumo - como se a capacidade de pagar prestações fosse suficiente para definir a condição social dos cidadãos e como se essa fórmula econômica gerasse impulso suficiente para o crescimento sustentável do País.
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