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O projeto levaria, na teoria, água a quem tem sede... essa é sua vantagem. Porém, é um assunto bem complicado. Aliás, participei do fórum social mundial de 2005 e essa questão foi bem discutida por especialistas, movimentos sociais do nordeste e etc. Resumidamente, os argumentos contrários são: - o Rio São Francisco está sofrendo muita degradação e com a sua transposição, muita água seria perdida, se evaporaria durante o trajeto; - a energia elétrica ficaria mais cara por causa do grande custo da transposição; - a pesca seria prejudicada, pois a reprodução dos peixes seria dificultada; - a água não chegaria aos mais necessitados, mas sim aos grandes fazendeiros, como tem sido até hoje com todos os projetos no nordeste; - há outras alternativas mais baratas e viáveis, como o uso de cisternas, aproveitando a água das chuvas; - o problema do nordeste não é a falta de chuva, mas sim a má gestão dos recursos hídricos. Falta planejamento de uso. A transposição não vai resolver, é preciso investir em sistemas de gestão de recursos hídricos, como comitês de bacia. Mas não há interesse em resolver a questão da seca, pois o nordeste é um dos colégios eleitorais mais importantes e promessas e ações com resultados a curto prazo dão votos. - os impactos ecológicos seriam enormes, pois se mudaria todo o curso do rio, afetando todo o equilíbroio ecológico; - há risco de salinização, pois a água "jogada no mar" é que garante o equilíbrio entre a água doce e a salgada, impedindo que o mar avance. Se essa água for desviada, o equilíbrio pode ser alterado. Há diversas discussões entre os cientistas quanto aos aspectos técnicos e diversas discussões sócio-políticas entre os movimentos sociais. Eu, particularmente, acredito que não é assim que vai se resolver a seca e, aliás, pode-se até piorar a situação, por causa da perda de água pelo processo.
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