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1. O trabalhador é estranho ao produto de sua atividade, que pertence a
outro. Isto tem como consequência que o produto se consolida, perante o
trabalhador, como um “poder independente”, e que, “quanto mais o
operário se esgota no trabalho, tanto mais poderoso se torna o mundo
estranho, objetivo, que ele cria perante si, mais ele se torna pobre e
menos o mundo interior lhe pertence”;
2. A alienação do trabalhador relativamente ao produto da sua atividade
surge, ao mesmo tempo, vista do lado da atividade do trabalhador, como
alienação da atividade produtiva. Esta deixa de ser uma manifestação
essencial do homem, para ser um “trabalho forçado”, não voluntário, mas
determinado pela necessidade externa. Por isso, o trabalho deixa de ser a
“satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer
necessidades externas a ele”. O trabalho não é uma feliz confirmação de
si e desenvolvimento de uma livre energia física e espiritual, mas antes
sacrifício de si e mortificação. A consequência é uma profunda
degeneração dos modos do comportamento humano;
3. Com a alienação da atividade produtiva, o trabalhador aliena-se
também do gênero humano. A perversão que separa as funções animais do
resto da atividade humana e faz delas a finalidade da vida, implica a
perda completa da humanidade. A livre atividade consciente é o caráter
específico do homem; a vida produtiva é vida “genérica”. Mas a própria
vida surge no trabalho alienado apenas como meio de vida. Além disso, a
vantagem do homem sobre o animal – isto é, o fato de o homem poder fazer
de toda natureza extra-humana o seu “corpo inorgânico” – transforma-se,
devido a esta alienação, numa desvantagem, uma vez que escapa cada vez
mais ao homem, ao operário, o seu “corpo inorgânico”, quer como alimento
do trabalho, quer como alimento imediato, físico;
4. A consequência imediata desta alienação do trabalhador da vida
genérica, da humanidade, é a alienação do homem pelo homem. “Em geral, a
proposição de que o homem se tornou estranho ao seu ser, enquanto
pertencente a um gênero, significa que um homem permaneceu estranho a
outro homem e que, igualmente, cada um deles se tornou estranho ao ser
do homem”. Esta alienação recíproca dos homens tem a manifestação mais
tangível na relação operário-capitalista.
É dessa forma, portanto, que se relacionam capital, trabalho e
alienação, promovendo a coisificação ou reificação do mundo, isto é,
tornando-o objetivo, sendo que suas regras devem ser seguidas
passivamente pelos seus componentes. A tomada de consciência de classe e
a revolução são as únicas formas para a transformação social.
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