O rio nilo e os camponeses
windowsdogabriel:
Olá, você precisa das características do rio Nilo e dos camponeses?
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Desde a Antiguidade, a sociedade egípcia maravilhou os estrangeiros que visitavam o país. Heródoto, surpreso pela fertilidade do solo, nos diz:
"Os habitantes recolhem os frutos da terra sem nenhuma fadiga; eles não se cansam quando abrem canais de irrigação, nem quando executam outros trabalhos, nos quais outros homens despendem muito esforço; quando o rio, por si mesmo, irriga os campos e, após irrigá-los, volta ao seu leito, eles semeiam os campos [...] obtendo grandes colheitas."
Na verdade [...] as colheitas dependiam de um grande esforço coletivo. Considerando que as técnicas ainda eram muito primitivas - os instrumentos de trabalho eram feitos de pedra e madeira -, a construção de canais de irrigação, de diques e de represas, necessários para o aprimoramento das cheias do Nilo, que fornece a umidade e a fertilização, só era possível através do trabalho comunitário dirigido por um governo fortemente centralizado.
"Os movimentos do Nilo regulavam o trabalho dos camponeses. Nos meses de junho e julho, começavam as cheias que, durante três meses inundavam as terras do Vale. Neste período, o trabalho agrícola era paralisado, mas os camponeses eram recrutados pelo Faraó para a execução das grandes obras públicas. Nos meses de outubro e novembro, quando o rio voltava ao seu leito, começava a semeadura, aproveitando o solo amolecido, mas era necessário conservar a água, através da construção de canais, de diques e de represas, que permitiam manter a terra irrigada nos meses seguintes."
Podemos, então, concluir que a sociedade egípcia era fundamentalmente agrária, baseada em um complexo sistema de irrigação, em que predominava a servidão coletiva. O Estado, representado pelo Faraó, era o proprietário das terras, mas, na prática, os altos funcionários, os militares e os sacerdotes eram donos de grandes extensões.
As comunidades de aldeia, cujos membros eram unidos por laços de família e de trabalho, tinham a posse das terras, isto é, o direito de cultivá-las e de ficar com parte da produção. Os excedentes, sob a forma de impostos, eram transferidos para o Faraó e para os grandes proprietários, que os acumulavam, utilizando-os para sustentar a administração, o artesanato e o comércio com outros países. As comunidades de aldeia prestavam ainda serviços forçados nas grandes obras de irrigação, assim como na construção de palácios, de templos e de túmulos.
[...]
"Deixa-me também expor-te a situação do camponês [...] Chega a inundação e o molha [...] ele cuida de seu equipamento. De dia, ele talha seus instrumentos agrícolas; de noite, fabrica cordas. Mesmo a sua hora de sesta ele gasta no trabalho agrícola [...] O campo ressecado está diante dele; ele vai buscar sua junta de bois [...] Ao chegar a aurora, ele quer começar e não encontra naquele lugar a junta. Passa três dias procurando-a; acha-a no pântano. Não há mais peles nos animais: os chacais os haviam devorado [...] Leva tempo cultivando [...] Não vê nem sequer uma folha verde [...] Agora o escriba desembarca na margem. Mede a colheita. Auxiliares estão atrás dele com varas e núbios, com porretes. Um deles lhe diz: "Entrega o cereal!" 'Não há!' Ele é surrado sem piedade [...] amarrado, jogado no poço, com a cabeça debaixo d'água. Sua mulher é atada em sua presença. Seus filhos estão presos em grilhões [...] Ao terminar tudo, não há cereal." (Provavelmente escrito por volta de 1100 a.C.)
[...]
O artesanato especializado, voltado para a produção de artigos de luxo, desenvolveu-se nas cidades, produzindo para o Faraó e para a classe dominante. O comércio interno era muito limitado - em geral, troca de produto por produto ou por pesos de metal. O comércio externo, controlado pelo Faraó, mantinha relações principalmente com a Fenícia e com o Sul da Arábia, onde obtinha especiarias e produtos para consumo da aristocracia.
A sociedade egípcia era sustentada pelo trabalho dos camponeses. Embora fossem usados escravos, sobretudo em trabalhos domésticos e na mineração, eles não constituíam a base da produção.
"Os habitantes recolhem os frutos da terra sem nenhuma fadiga; eles não se cansam quando abrem canais de irrigação, nem quando executam outros trabalhos, nos quais outros homens despendem muito esforço; quando o rio, por si mesmo, irriga os campos e, após irrigá-los, volta ao seu leito, eles semeiam os campos [...] obtendo grandes colheitas."
Na verdade [...] as colheitas dependiam de um grande esforço coletivo. Considerando que as técnicas ainda eram muito primitivas - os instrumentos de trabalho eram feitos de pedra e madeira -, a construção de canais de irrigação, de diques e de represas, necessários para o aprimoramento das cheias do Nilo, que fornece a umidade e a fertilização, só era possível através do trabalho comunitário dirigido por um governo fortemente centralizado.
"Os movimentos do Nilo regulavam o trabalho dos camponeses. Nos meses de junho e julho, começavam as cheias que, durante três meses inundavam as terras do Vale. Neste período, o trabalho agrícola era paralisado, mas os camponeses eram recrutados pelo Faraó para a execução das grandes obras públicas. Nos meses de outubro e novembro, quando o rio voltava ao seu leito, começava a semeadura, aproveitando o solo amolecido, mas era necessário conservar a água, através da construção de canais, de diques e de represas, que permitiam manter a terra irrigada nos meses seguintes."
Podemos, então, concluir que a sociedade egípcia era fundamentalmente agrária, baseada em um complexo sistema de irrigação, em que predominava a servidão coletiva. O Estado, representado pelo Faraó, era o proprietário das terras, mas, na prática, os altos funcionários, os militares e os sacerdotes eram donos de grandes extensões.
As comunidades de aldeia, cujos membros eram unidos por laços de família e de trabalho, tinham a posse das terras, isto é, o direito de cultivá-las e de ficar com parte da produção. Os excedentes, sob a forma de impostos, eram transferidos para o Faraó e para os grandes proprietários, que os acumulavam, utilizando-os para sustentar a administração, o artesanato e o comércio com outros países. As comunidades de aldeia prestavam ainda serviços forçados nas grandes obras de irrigação, assim como na construção de palácios, de templos e de túmulos.
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"Deixa-me também expor-te a situação do camponês [...] Chega a inundação e o molha [...] ele cuida de seu equipamento. De dia, ele talha seus instrumentos agrícolas; de noite, fabrica cordas. Mesmo a sua hora de sesta ele gasta no trabalho agrícola [...] O campo ressecado está diante dele; ele vai buscar sua junta de bois [...] Ao chegar a aurora, ele quer começar e não encontra naquele lugar a junta. Passa três dias procurando-a; acha-a no pântano. Não há mais peles nos animais: os chacais os haviam devorado [...] Leva tempo cultivando [...] Não vê nem sequer uma folha verde [...] Agora o escriba desembarca na margem. Mede a colheita. Auxiliares estão atrás dele com varas e núbios, com porretes. Um deles lhe diz: "Entrega o cereal!" 'Não há!' Ele é surrado sem piedade [...] amarrado, jogado no poço, com a cabeça debaixo d'água. Sua mulher é atada em sua presença. Seus filhos estão presos em grilhões [...] Ao terminar tudo, não há cereal." (Provavelmente escrito por volta de 1100 a.C.)
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O artesanato especializado, voltado para a produção de artigos de luxo, desenvolveu-se nas cidades, produzindo para o Faraó e para a classe dominante. O comércio interno era muito limitado - em geral, troca de produto por produto ou por pesos de metal. O comércio externo, controlado pelo Faraó, mantinha relações principalmente com a Fenícia e com o Sul da Arábia, onde obtinha especiarias e produtos para consumo da aristocracia.
A sociedade egípcia era sustentada pelo trabalho dos camponeses. Embora fossem usados escravos, sobretudo em trabalhos domésticos e na mineração, eles não constituíam a base da produção.
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