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Há certa polêmica em torno dessa projeção, uma vez que, além de proposições técnicas, ela também apresenta um cunho político, por ampliar as áreas dos países do sul, cuja maioria dos países é subdesenvolvida, e diminuir as áreas dos países do norte, de maioria desenvolvida. Além disso, nesse planisfério, a África é colocada no centro do mapa, ao contrário da projeção de Mercator, em que a Europa encontrava-se no centro. Frequentemente, essa projeção é alcunhada de “terceiro-mundista”.
No entanto, sua proposta não foi bem recebida pelos cartógrafos de sua época, que elaboraram três críticas principais. A primeira referia-se à falta de cientificidade de sua obra, que abdicava de detalhes técnicos em detrimento de opções políticas; a principal “falha” seria um erro na posição do paralelo 46º 2’ que deveria estar na posição de 45º. A segunda crítica era referente às distorções de sua projeção equivalente, que deixava os continentes mais “finos” no Equador e mais “largos” nos polos, dificultando a localização e o deslocamento. A terceira e mais séria crítica referia-se ao fato de Peters ter supostamente plagiado a verdadeira obra de James Gall, pouco ou nada alterando as suas concepções originais.
Controvérsias à parte, a obra de Peters foi largamente divulgada e difundida em todo mundo, principalmente depois da divulgação de seu atlas, em 1992. Além disso, organizações como a ONU e a UNESCO fizeram amplo uso de seu planisfério, a fim de sensibilizar as populações e os países desenvolvidos acerca das questões dos países subdesenvolvidos, como a fome, a violência e a exclusão social.
As polêmicas e discussões envolvendo projeções cartográficas como a de Peters e a de Mercator são a evidência de que não há uma projeção mais “correta” do que as demais. Cada uma atende a uma finalidade diferente, cabendo ao seu usuário determinar qual é a mais adequada.
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