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No começo da década de 60, o Brasil passava por uma grande agitação política. Após a renúncia de Jânio Quadros, assumiu o seu vice, João Goulart (conhecido como Jango). Ele defendia medidas consideradas de esquerda para a então política do país e planejava reformas de base que visavam reduzir as desigualdades do país. Entre as reformas, estavam a eleitoral, a bancária, a educacional e, principalmente, a agrária. As elites temiam que essas alterações afetassem seu poder econômico e adotaram algumas medidas para enfraquecer o presidente, como o parlamentarismo que, em 1961 e 1962, atribuiu funções do Executivo ao Congresso, dominado na época por representantes das elites. O regime presidencialista foi restabelecido em 1963 após um voto popular.
Para melhorar a crise econômica e a instabilidade política, Jango propôs reformas constitucionais, como controlar o dinheiro enviado ao exterior, dar canais de comunicação aos estudantes e permitir o voto para os analfabetos. Essas reformas aceleraram a reação das elites, criando condições para o golpe de 1964.
Porém, o grande acontecimento para que o Golpe Militar acontecesse foi em março de 1964, quando Jango determinou a reforma agrária e a nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo.
A elite não deixou passar e reagiu: a imprensa, o clero conservador e o empresariado organizaram, em São Paulo, a “Marcha da Família com Deus pela liberdade” que reuniu cerca de 500 mil pessoas. Eles renunciavam as tentativas de reforma da Constituição Brasileira e a defesa dos princípios da política do Brasil.
Então, em 31 de março daquele ano, os militares iniciaram a tomada do poder e a deposição de Jango. Em 2 de abril, João Goulart partiu de Brasília para Porto Alegre e Ranieri Mazilli assumiu a presidência. Após alguns dias, Jango se exilou no Uruguai.
O AI-1 (Ato Institucional número 1) foi editado em 9 de abril de 1964 e foi um decreto militar realizado para depor o presidente e iniciar a cassação dos mandatos políticos. No mesmo mês, o marechal Castello Branco assumiu a presidência com um mandato até 24 de janeiro de 1967, iniciando a Ditadura Militar no país.