De que maneira a criação da União Europeia se relaciona com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)?
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Portugal, na seqüência da revolução de 25 de Abril de 1974, conheceu uma mudança radical do conceito estratégico nacional, porventura, a mudança mais radical dos últimos séculos quanto às nossas representações geopolíticas, sem dúvida, o fato dominante do nosso século XX, o que implicou uma reformulação profunda do sistema em que nos integrávamos.
Não se tratou apenas da refundação do regime político, com o regresso à democracia. Tratou-se, igualmente, do fenômeno da descolonização, que acompanhou o processo de democratização. O desígnio colonial, o chamado mito imperial do Estado Novo, era, afinal, um mito velho de seiscentos anos, que perpassou como um fio condutor, da Monarquia para a República e da República (1910-1926) para a Ditadura (1926-1974).
O fenômeno não era novo na História de Portugal. Por várias vezes no seu passado, Portugal viu-se obrigado a descolonizar, no Norte de África, no Oriente e no Brasil. Mas sempre encontrou alternativas, compensações territoriais face à perda de praças militares e colônias.
O que é novo na vaga da descolonização operada em 1974-1975 é a sua radicalidade, traduzindo o fim de um ciclo histórico, o esgotamento final da missão colonial, "o regresso" à velha Europa, como alguns afirmam.
Pela primeira vez na sua história, Portugal dava-se conta que não era só Europa sob o ponto de vista geográfico, mas que também tinha de ser Europa sob o ponto de vista político, como já o era sob o ponto de vista econômico.
Com efeito, Portugal, ao contrário da Espanha, nunca hasteou as suas bandeiras na Europa. Os processos de decisão, construção e desconstrução da Europa, historicamente, não passaram por nós. Só agora, de há 15 anos para cá, é que participamos no processo de construção da União Européia.
Nesta perspectiva, podemos dizer que, com a descolonização e a adesão de Portugal à União Européia, não há um regresso à Europa, outrossim, uma chegada à Europa
Não se tratou apenas da refundação do regime político, com o regresso à democracia. Tratou-se, igualmente, do fenômeno da descolonização, que acompanhou o processo de democratização. O desígnio colonial, o chamado mito imperial do Estado Novo, era, afinal, um mito velho de seiscentos anos, que perpassou como um fio condutor, da Monarquia para a República e da República (1910-1926) para a Ditadura (1926-1974).
O fenômeno não era novo na História de Portugal. Por várias vezes no seu passado, Portugal viu-se obrigado a descolonizar, no Norte de África, no Oriente e no Brasil. Mas sempre encontrou alternativas, compensações territoriais face à perda de praças militares e colônias.
O que é novo na vaga da descolonização operada em 1974-1975 é a sua radicalidade, traduzindo o fim de um ciclo histórico, o esgotamento final da missão colonial, "o regresso" à velha Europa, como alguns afirmam.
Pela primeira vez na sua história, Portugal dava-se conta que não era só Europa sob o ponto de vista geográfico, mas que também tinha de ser Europa sob o ponto de vista político, como já o era sob o ponto de vista econômico.
Com efeito, Portugal, ao contrário da Espanha, nunca hasteou as suas bandeiras na Europa. Os processos de decisão, construção e desconstrução da Europa, historicamente, não passaram por nós. Só agora, de há 15 anos para cá, é que participamos no processo de construção da União Européia.
Nesta perspectiva, podemos dizer que, com a descolonização e a adesão de Portugal à União Européia, não há um regresso à Europa, outrossim, uma chegada à Europa
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