• Matéria: História
  • Autor: bruna2129
  • Perguntado 8 anos atrás

como os guaranis se autodonominam?

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respondido por: Anônimo
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Os Índios do tronco tupi moravam em grandes cabanas comunitárias feitas de troncos e folhas de palmeira. Dentro de cada cabana, chamada oka, moravam várias famílias, sem que houvesse divisórias entre as famílias. Cada família possuía seu próprio fogo e diversas redes de dormir confeccionadas com fibras vegetais, cipós e algodão. No centro da cabana, morava o chefe da cabana.

Índios apiacás em Mato Grosso, no Brasil

As cabanas eram montadas em sistema de mutirão (palavra que se originou do tupi moti'rõ, que significava um trabalho em conjunto visando a ajudar uma pessoa. Em troca, essa pessoa retribuía com a realização de uma festa coletiva[5]) e eram dispostas ao redor de uma praça central chamada okara. O conjunto das cabanas ao redor de uma praça constituía uma aldeia, chamada de taba. Várias aldeias formavam uma nação.

Os tupis se dividiam em várias nações, que guerreavam constantemente entre si ou contra tribos não tupis, os chamados tapuia("estrangeiros" ou "inimigos" em tupi). Mesmo dentro de uma mesma nação, no entanto, eram comuns as desavenças e conflitos militares. Exemplos de nações tupis são os tamoios (um ramo dos tupinambás), os tupinambás, os potiguares, os guaranis (subdivididos atualmente em caiouás, nhandevas e embiás), os carijós (antiga designação para os guaranis que habitavam o litoral. Atualmente, chamados mbyás ou embiás), os temiminós, os tupiniquins, os tabajaras, os caetés, os avá-canoeiros, os maués, os apiacás, os camaiurás, os xetás, os guajajaras, os parintintins, os jurunas, os cinta-largas, os mundurucus, os assurinis, entre outros.

Nas guerras, as principais armas utilizadas eram o arco e flecha e o porrete (a ibirapema, também chamada taca'pe[6] ou tangapema), confeccionada com madeira de pau-ferro[7] (Caesalpinia ferrea), moldada no formato de um remo com bordas cortantes, ornamentada com pinturas, penas e borlas de algodão e que era utilizada para partir o crânio dos inimigos com um só golpe. Também era ocasionalmente utilizado um escudo feito de pele de anta (Tapirus terrestris) ou de casca de árvore[8]. Nos frequentes ataques a outras tribos, enfeitavam-se com penas vermelhas, como forma de se distinguirem da tribo atacada[9].

Não se tem registro de que os tupis da costa brasileira tivessem desenvolvido alguma técnica de luta sem armas. Porém os atuais índios camaiurás, que habitam o Parque do Xingu, no estado brasileiro do Mato Grosso, praticam uma luta chamada huka-huka em suas festas, luta esta que é semelhante à luta livre olímpica, ao judô, ao sumô e ao jiu-jítsu. A luta tem por objetivo encostar as costas do adversário no chão e é uma demonstração da virilidade dos lutadores. A luta também serve como um elemento de confraternização entre as demais tribos do Parque do Xingu que também a praticam. O nome da luta é uma referência aos gritos dos lutadores no início da luta ("ru, ra, ru, ra"), que procuram imitar o urro da onça-pintada[10].

Em tempos de guerra ou de calamidade, os índios obedeciam a um chefe: o morubixaba, também chamado tuixaua. Porém, em tempos de paz, quem tinha maior autoridade era o pajé (Em tupi, paîé. O acento circunflexo determina uma vogal átona.), líder espiritual que comandava as festividades do dia a dia, curava os doentes com ervas e rituais sagrados e orientava as pessoas. O pajé também podia ser chamado de karai.

Representação de chefes tupis no livro "História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens...", de Hans Staden, de 1557. O da esquerda carrega o típico porrete tupi adornado para a guerra, o ibirapema(literalmente, "madeira angulosa"). O da direita segura arco e flechas[11].

Os tupis plantavam milho (abati[12]), mandioca (mãdi'og)[13], batata-doce, cará (ka'rá)[14], abóbora, algodão, amendoim (mãdu'bi, mãdu'i[15]), pimenta, feijão (komandá[16]) e tabaco (petyma[17]). Utilizavam o sistema da coivara, ou queimada, para preparar o terreno para o plantio. Após diversas queimadas e plantios consecutivos, o solo ficava empobrecido, obrigando a tribo a se deslocar em busca de terrenos mais férteis. Isto explica, em parte, o seminomadismo dos tupis.

Plantação de amendoim

Outra explicação para o seu seminomadismo seria o mito tupi da "terra sem males", difundido pelos pajés, segundo os quais existiria um paraíso terrestre, um lar ancestral, que seria um dia alcançado pelos índios em sua peregrinação através da América do Sul. Devido a suas constantes migrações através da América do Sul, os índios tupis foram chamados pelos estudiosos de "os fenícios da América", numa analogia com o famoso povo comerciante da Ásia Ocidental da antiguidade[18].




bruna2129: mtt grandeee
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