Leia o texto a seguir:
“O nível de ganhos dos brasileiros é reconhecidamente baixo e as mulheres brasileiras - como as mulheres de todo o mundo - ganham ainda menos do que os homens.
A evolução da distribuição de renda de todos os brasileiros revela uma tendência de diminuição paulatina do contingente de trabalhadores com menores ganhos, entre 1976 e 1998. Assim, se em 1976 56% dos homens e 68% das mulheres ganhavam até 2 salários-mínimos (SM), chega-se a 1998 com 39% deles e 47% delas nesse mesmo patamar. O ano de 2002, contudo, apresentou uma inflexão nessa tendência: a proporção dos que ganhavam até 2 SM volta a subir, chegando a 51% entre os homens e 58% entre as mulheres, refletindo a queda dos rendimentos advindos do trabalho na população brasileira ocupada. Essa tendência se acentua em 2007, quando 56% dos trabalhadores e 63% das trabalhadoras ganhavam até 2 SM [...].
A desigualdade dos rendimentos femininos frente aos masculinos é um traço persistente, seja qual for o ângulo sob o qual se analise a questão. Senão vejamos:
As mulheres ganham menos que os homens independentemente do setor de atividade econômica em que trabalhem. No ramo da educação, saúde e serviços pessoais, espaço de trabalho tradicionalmente feminizado, em 2007, por exemplo, encontraremos ¼ dos trabalhadores e 11% das trabalhadoras ganhando mais de 5 Salários mínimos. Comparativamente a 2002, constata-se que diminuiu o número de trabalhadores de ambos os sexos com ganhos naquela faixa de remuneração (ganhavam mais de 5 SM 30% deles e 15% delas), corroborando a persistência da queda nos rendimentos do trabalho nos últimos cinco anos da série [...];
No que tange à posição na ocupação, elas sempre ganham menos do que eles, seja como empregadas, autônomas, empregadoras ou trabalhadoras domésticas. Veja-se o que ocorre no campo do trabalho doméstico, onde predominam as trabalhadoras: em 2002, 94% delas, mas 84% dos trabalhadores domésticos do sexo masculino ganhavam até 2 SM; em 2007 a tendência se acentua, pois 96% delas e 89% deles classificavam-se na mesma faixa de rendimentos;
Da mesma forma, são menores os patamares de rendimento feminino, independentemente da jornada semanal de trabalho. Em 2002, entre aqueles que trabalhavam em período integral (de 40 a 44 horas semanais) por exemplo, ganhavam até 2 SM 57% das ocupadas e 51% dos ocupados; na outra ponta, ganhando mais de 5 SM, estavam 16% dos homens e 13% das mulheres. Em 2007, ganhavam até 2 SM 65% das trabalhadoras e 56% dos trabalhadores em período integral, sugerindo mais uma vez que o rendimento do trabalho tem sido cada vez menor para ambos - e especialmente para elas -, mesmo num cenário de recuperação da economia e de expansão do emprego formal e informal, como o verificado nos últimos anos [...];
Quanto mais elevada a escolaridade, maiores as chances de obter melhores rendimentos. Se isso é verdadeiro para trabalhadores de ambos os sexos, porém, parece se aplicar mais a eles do que a elas. Observando os rendimentos dos que atingiram os mais altos níveis de escolarização, 15 anos e mais, i.e., que cursaram uma faculdade, tem-se que 30% dos homens e apenas 10% das mulheres tinham rendimentos superiores a 10 SM em 2007 (em 2002, as proporções eram, respectivamente, 42% e 18%);
Finalmente, tomando a média dos rendimentos mensais (em Salários mínimos) de algumas das carreiras profissionais mais feminizadas no mercado de trabalho, vê-se, em 2007, a repetição do mesmo padrão desfavorável às mulheres, com raras exceções [...]:
Os recepcionistas ganhavam, em média, 1,85 SM e as recepcionistas, 1,59 SM por mês;
Entre os secretários executivos e bilíngues, os homens ganhavam 5,79 e as mulheres 3,71 SM;
As agentes comunitárias de saúde e afins ganhavam 1,54 SM por mês, em média e os agentes, 2,06 SM;
As assistentes sociais e os economistas domésticos recebiam 5,71 SM enquanto os homens nas mesmas funções recebiam 5,14 SM.”
(FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. Ganhos de homens, ganhos de mulheres. Disponível em: . Acesso em: 6 jul. 2017.)
A partir do exposto, analise as seguintes afirmações:
I. As mulheres ganham menos que os homens independentemente do setor de atividade econômica em que trabalham.
II. Sobre a posição na ocupação, as mulheres sempre ganham menos do que os homens, seja como empregadas, autônomas, empregadoras ou trabalhadoras domésticas.
III. São menores os patamares de rendimento feminino, independentemente da jornada semanal de trabalho.
IV. Quanto mais elevada a escolaridade, melhores são os salários e os rendimentos da mulher em relação ao homem.
V. Considerando a média dos rendimentos mensais (em salários mínimos) de algumas das carreiras profissionais mais feminizadas no mercado de trabalho, vê-se em 2007 que nessas carreiras as mulheres sempre ganham mais que os homens.
É correto o que se afirma em:
Escolha uma:
a. III, IV e V, apenas.
b. II, IV e V, apenas.
c. I, III e V, apenas.
d. I, IV e V, apenas.
e. I, II e III, apenas.
Respostas
respondido por:
33
LETRA E - I, II e III, apenas.
respondido por:
1
I – VERDADEIRO. Independente da função desempenhada e do nível de escolaridade, as mulheres tem ganhado menos que os homens.
II – VERDADEIRO. As mulheres possuem menores rendimentos independente do setor.
III – VERDADEIRO. A jornada de trabalho feminina pode até ser maior que a masculina, entretanto eles ainda ganham mais.
IV – FALSO. Não importa o nível de escolaridade, os homens ainda têm maiores rendimentos que mulheres.
V – FALSO. Mesmo nas funções que são tipicamente desempenhadas por mulheres, homens possuem maiores salários.
A alternativa correta é a E – apenas as alternativas I, II e III.
Leia mais sobre em:
https://brainly.com.br/tarefa/7607958
Anexos:
Perguntas similares
6 anos atrás
6 anos atrás
6 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás
II. Sobre a posição na ocupação, as mulheres sempre ganham menos do que os homens, seja como empregadas, autônomas, empregadoras ou trabalhadoras domésticas.
III. São menores os patamares de rendimento feminino, independentemente da jornada semanal de trabalho.