Leia este texto: A correção da língua é um artificialismo, continuei episcopalmente. O natural é a incorreção. Note que a gramática só se atreve a meter o bico quando escrevemos. Quando falamos, afasta-se para longe, de orelhas murchas.
(Monteiro Lobato, Prefácios e entrevistas).
a) Tendo em vista a opinião do autor do texto, pode-se concluir corretamente que a língua falada é desprovida de regras? Explique sucintamente.
b) Entre a palavra “episcopalmente” e as expressões “meter o bico” e “de orelhas murchas”, dá-se um contraste de variedades linguísticas. Substitua as expressões coloquiais, que aí aparecem, por outras equivalentes, que pertençam à variedade padrão.
Respostas
a) Não está correto afirmar que a língua falada “não possui regras”, uma vez que apresenta regras específicas, estudadas pela gramática descritiva.
No caso do texto, o autor se refere à gramática normativa, que determina os usos linguísticos e rejeita outros usos da língua. Esta gramática, certamente, não se estabelece à língua falada, tem suas próprias regras.
b) O advérbio “episcopalmente”, não é expressão coloquial, tendo no contexto apresentado o significado: “com grande autoridade” ou “revestido de autoridade comparável à de um bispo”. As outras duas expressões fazem parte da linguagem coloquial: “meter o bico” significa “intrometer-se” ou “interferir indevidamente” num determinado assunto ou situação. A expressão “de orelhas murchas” pode ser substituída por “humilhada, envergonhada”.
Resposta:
a) Não, é incorreto afirmar que a língua falada não possui regras; uma vez que ele diz que a Gramática não possui tanta influência para corrigir a linguagem falada, mas sim na escrita.
b) A substituição para “meter o bico” pode ser influenciar, Já para “de orelhas murchas” seria envergonhada.