• Matéria: História
  • Autor: maarihmarquesoyafmr
  • Perguntado 8 anos atrás

quais sao os problemas pela falta de participação política da sociedade??

Respostas

respondido por: annycodeco
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« Como a geração Y pode fortalecer suas bases para um futuro mais construtivoNão basta ser estrela se não fazemos parte de uma constelação »Falta participação política dos jovens nos dias atuais

jan 6th, 2010 by Manuela Mesquita


Por Manuela Noronha e Tatiana Kielberman

Os jovens brasileiros de hoje são alienados, apartidários, não possuem senso crítico e a imprensa é uma das grandes culpadas, bem como o processo educacional atual. A opinião é do jornalista Paulo Henrique Amorim* que, contundente, acredita ser a internet uma saída para a mediocridade da imprensa e da falta de discussão política na sociedade. Confira entrevista concedida com exclusividade ao Foco em Gerações:

O senhor discute e critica a política brasileira, bem como os líderes em destaque na mídia. Em sua opinião, quais as principais tendências políticas da nova geração? O que se pode esperar da formação política de nossos jovens em um mundo no qual as opiniões se modificam o tempo todo?
Em primeiro lugar, eu acho que existe uma generalizada alienação política na juventude brasileira. Os jovens não acompanham e não gostam de política. É claro que isso é uma generalização perigosa, mas é preciso fazer uma distinção entre os tipos de jovens: os de classe média e alta ou média e baixa. O jovem de classe média/alta, quando tem interesse político, tende a acompanhar a posição de seus pais, conservadora. A estração dos jovens de classe média baixa também acompanha os pais, porém com uma posição trabalhista, que acham que se o dinheiro ficar nas mãos dos ricos, os pobres morrerão de fome e não terão educação. Essas são as divisões básicas que existem no mundo e que se reproduzem hoje no Brasil.

A que o senhor atribui essa alienação?
Um fator importante foi a crescente despolitização no Brasil durante o tempo de regime militar, que despartidarizou o país e fez com que não surgissem novos líderes. O regime não incorporou a juventude no processo político.

Em segundo, vem o processo educacional brasileiro, com uma predominância do ensino particular, que é também um processo alienante e que nos leva hoje a uma ignorância muito grande dos fatos políticos centrais.

Contribui para isso o fato do Brasil ter uma imprensa ruim, medíocre e partidária. Se comparada à argentina ou à chilena, também conservadoras, a imprensa brasileira tem má qualidade técnica, pois hoje ela trabalha apenas com o objetivo de derrubar o governo trabalhista de Lula e impedir que ele faça um sucessor. A imprensa, principalmente escrita, não tem mais o objetivo de informar. A televisão brasileira também é culpada, pois com o predomínio da Globo durante muito tempo, não discutiu políticas públicas.

Mas o que poderia ter sido feito de forma diferente?
Não há no Brasil, assim como em outros países educados, debates, programas de TV que discutam programas públicos, e que incluam os jovens. Não houve, por exemplo, um programa para discutir o pré-sal, ele foi combatido pela imprensa e levado ao congresso. Assim como não se discute a gripe suína, que se tornou uma questão político-partidária.

Com essa cobertura partidária, fica difícil ao jovem participar do processo político, pois ou ele adere essa visão das coisas, ou vai fazer outras atividades, ir pra balada, estudar engenharia, trabalhar cedo, deixando a política de lado e consolidando um preconceito nocivo de que a política é um negócio sujo.

A política não é suja, ela é central numa sociedade democrática. Sem política as sociedades não se organizam. Ela é a arte de permitir a convivência entre cidadãos de uma república. E lamentavelmente hoje, no Brasil, a política se transformou numa reunião dos quarenta ladrões do Ali Babá.

Como a imprensa poderia modificar seu posicionamento, corrigindo esses erros que o senhor menciona?
Eu acho que a imprensa brasileira é irrecuperável. Ela não tem mais jeito. Está condenada a morrer, se tornar irrelevante e naufragar na sua própria mediocridade.

A alternativa a essa imprensa é a internet que, com seu mecanismo de democratização da informação, pouco a pouco vai substituir essa imprensa parcial.

Muito se discute sobre a ética jornalística na publicação de notícias. Como o senhor avalia a ética hoje na internet, em que existe certa liberdade de expressão e todos podem tornar públicas suas opiniões, principalmente os jovens?
A ética deve prevalecer na internet, na imprensa escrita, na televisão. Ela é um imperativo moral, categórico, como dizia Immanuel Kant. Ela se pauta por princípios universais e quem trabalha na internet deve ter o mesmo princípio ético do que na escrita. E a internet, agora falando de posições políticas, é um instrumento apropriado para se ter uma diversidade de opiniões.

Hoje temos colunistas de diversas inclinações, como os neofascistas que se abrigam no site da revista Veja. Mas você só vai lá se quiser. A internet oferece muitas opções, você acredita no que quiser..

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