Medidas que o governo tem tomado em relação ao transporte favorece o uso de outros meios de transporte ou priorizam o automóvel particular?
Respostas
As medidas que o governo tem tomado em relação ao transporte priorizam o automóvel particular.
De primeiro modo, é possível ver esse fato com o aumento da frota de automóveis nos últimos anos. Seguindo um crescimento acelerado, em 2010 havia cerca de 37 milhões de automóveis no Brasil, passando para 59 milhões em 2021. Um crescimento de 22 milhões na frota, nesse mesmo período, a população brasileira cresceu 23 milhões, ou seja, um aumento comparado ao crescimento populacional brasileiro.
A situação dos demais transportes
Em relação aos ônibus urbanos, houve uma queda no número de passageiros nos principais centros urbanos brasileiros, principalmente motivado pela má gestão, que gera situações como a superlotação, o aumento da tarifa, a precarização das frotas e a crescente incidência de assaltos.
Acerca do transporte ferroviário urbano (metrô, VLT, trens suburbanos etc.), há pouco investimento no Brasil. O primeiro trem urbano foi inaugurado em 1867, 150 anos depois, apenas 12 das 27 capitais possuem trilhos urbanos.
A malha viária pavimentada no Brasil é de cerca de 100 mil km, mas tem apenas 4 mil km de ciclovias, apesar de as bicicletas serem consideradas transporte verde, ou seja, possuem baixa emissão de gases poluentes e contribuem para a melhoria da mobilidade urbana.
Medidas do governo que priorizam o automóvel particular
O aumento da frota de automóveis particulares se deve principalmente ao descaso com o transporte público, que engajou o sonho do carro próprio. Nos últimos anos, as medidas do governo se tornaram mais efetivas para a compra de automóveis do que para a utilização de transportes públicos.
Pode-se citar o aumento do poder aquisitivo das classes mais baixas, proveniente da valorização do salário mínimo e da queda do preço dos carros populares, que passou de 90 salários mínimos em 2000 para 30 salários mínimos em 2015. Além disso, houve muitas políticas de incentivo às montadoras e à facilitação de crédito para compra de carros e motos.
A herança histórica da política rodoviarista nos mostra que o Brasil investe majoritariamente no modal rodoviário, principalmente gerada pelas políticas públicas de criação de estradas e rodovias durante o governo do ex-presidente Juscelino Kubitschek na década de 1950.
Assim, somos dependentes de transportes rodoviários, como automóveis e ônibus, mas o sistema de ônibus vem de um mal planejamento e investimento, resultando na grande procura por automóveis, sejam particulares ou através de viagens por aplicativos fretados. Se houvesse mais investimento nos transportes ferroviários e hidroviários, esse cenário poderia ser minimizado, pois, historicamente, são transportes com ótimo custo-benefício e segurança.
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