Leia a seguir um poema sobre a vila bem diferente do vilarejo criado por Marisa Monte em sua letra de música. Responda às questões propostas.
A Vila
As casas pobres se apertam
Sobre a paisagem tranquila.
Há sempre cabras pastando
Nos arredores da vila.
Há sempre alguém espreitando
A velha estrada que vem
Trazer as mesmas pessoas,
Sem nunca trazer ninguém.
Há sempre alguém espreitando
Os ares secos e nus,
Cortados de más notícias,
Varados por urubus.
Há sempre alguém espreitando
O vento, bom cavaleiro
Que monta em si mesmo e corre,
Servindo de mensageiro.
Há sempre alguém espreitando
Que a vila cresça ou desabe;
Ou em cidade se torne,
Ou para sempre se acabe.
1- Em que aspecto a vila do poema e o vilarejo da música se assemelham?
2- Escreva os versos do poema de Marcus Accioly que se contrapõem à ideia expressa pelos versos da letra da música de Marisa Monte reproduzidos abaixo.
A)"Por cima das casas, cal/Frutas em qualquer quintal"
B) "Toda gente cabe lá"
C)"Onde areja um vento bom"
3- No poema repete-se um verso em várias estrofes: "Há sempre alguém espreitando". Sabendo que *espreitar* significa 'espiar', responda:
Que efeito a repetição desse verso provoca?
Respostas
1) Eles se assemelham no aspecto da tranquilidade do ambiente rural ("Sobre a paisagem tranquila" / "Lá o tempo espera").
2)
A) "Por cima das casas, cal / Frutas em qualquer quintal"
SE OPÕE AO...
"As casas pobres se apertam"
B) "Toda gente cabe lá"
SE OPÕE AO...
"A velha estrada que vem
Trazer as mesmas pessoas,
Sem nunca trazer ninguém"
C) "Onde areja um vento bom"
SE OPÕE AO...
"Os ares secos e nus,
Cortados de más notícias,
Varados por urubus"
3) A repetição parece querer enfatizar a "paralisia" das pessoas da vila, que não fazem outra coisa a não ser olhar e esperar algo.
Bons estudos!
1. A vila do poema e o vilarejo da música se assemelham ao denotarem as paisagens naturais, o horizonte e o estilo de vida das regiões de interior, o campo, onde há sempre um ar de tranquilidade.
2. a) "as casas pobres se apertam" se opõe ao trecho "por cima das casas, cal/Frutas em qualquer quintal".
b. "A velha estrada que vem trazer as mesmas pessoas, sem nunca trazer ninguém" se opõe ao trecho "Toda gente cabe lá".
c. "Os ares secos e nus cortados de más notícias"" se opõe ao trecho "Onde areja um vento bom".
3. O efeito de repetição desse verso provoca a ideia de que as pessoas persistem e acreditar que talvez chegue alguém novo à vila, mas que isso nunca acontece, demonstrando o isolamento e o marasmo no qual essas pessoas vivem.
Confira uma sugestão de poesia sobre liberdade e responsabilidade:
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