• Matéria: História
  • Autor: Karooohl
  • Perguntado 8 anos atrás

Descreva como a independência de São Domingos e qual a relação com o haitianismo?

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respondido por: admsdrck3owg5cj
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Guerra levou à independência da ilha dos domínios coloniais franceses; negros, até então escravizados, passaram a receber salários

 

Na noite de 22 para 23 de agosto de 1791, eclode uma violenta insurreição em São Domingos, colônia francesa das Antilhas. Escravos negros e alforriados exigem liberdade e igualdade de direitos com os cidadãos brancos.

Era o começo de uma longa e sangrenta guerra que levaria à independência da ilha: a maior das revoltas de escravos da história e a única que foi vitoriosa.

Com o nome oficial de “costas e ilhas de São Domingos na América sob o vento”, a colônia era, antes da Revolução Francesa, a mais próspera das possessões francesas de ultramar graças as suas plantações de café e de cana de açúcar, além de seus numerosos escravos.

A colônia contava com cerca de 600 mil habitantes, dos quais 40 mil alforriados e 500 mil escravos negros regidos pelo Código Negro.

Os alforriados não tinham o mesmo direito dos colonos brancos. O título de ‘Monsieur’ lhes era interditado, o mesmo com certas profissões. Mas se beneficiavam de certa facilidade, eram muito dinâmicas e possuíam de um quarto a um terço dos escravos.

Devido à escassez periódica, diversas revoltas sacudiram a ilha no curso do século 18, porém foram uma a uma reprimidas. Na altura, os escravos representavam cerca de nove décimos da população, de longe mais que qualquer outra colônia.

Em 15 de maio de 1791, em Paris, a Assembleia Nacional aprova o direito de voto a certos “livres de cor”. Essa medida inquieta os fazendeiros brancos de São Domingos que passam a proclamar sua independência para preservar a ilha de ‘ideias sediciosas’ vindas da metrópole.

A decisão não satisfaz os interessados que reclamam uma verdadeira igualdade de direitos com os colonos, embora permanecendo fieis ao rei. Os negociantes brancos, que se beneficiavam da proteção aduaneira exclusiva, também se diziam fieis à monarquia, mas se opunham aos fazendeiros.

Alforriados mulatos, negociantes e fazendeiros começam a se confrontar, não hesitando a associar seus escravos à disputa e mesmo a lhes confiar armas.

Os ‘negros marrons’ – escravos que fugiram das plantações e se refugiaram na floresta – exigiam a abolição da escravatura no curso de uma cerimônia vudu no Bosque Caiman, sob a liderança do religioso Bukman, em 14 de agosto de 1791. Esta exigência desemboca numa insurreição na noite de 22 de agosto, com Bukman cercado de seus lugares-tenentes Romaine, o profeta, Hyacinthe, Georges Biassou e Jean-François.

Centenas de canaviais e cafezais são destruídos. Os brancos são massacrados. Os insurgentes negros logo recebem o apoio dos alforriados irritados com a execução de vários deles, entre os quais o célebre Vincent Ogé.

Os primeiros combates revelam o talento militar de um cocheiro de 48 anos, François Toussaint, filho de um africano de Benin e que recebeu uma educação sumária. Alforriado 15 anos antes, em 1776, pôde adquirir uma propriedade de 13 hectares e 20 escravos. Quando irrompe a insurreição, Toussaint não tarda em fazer prova de sua coragem e talentos de estrategista.






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