Aquarela
O corpo no cavalete
é um pássaro que agoniza
exausto do próprio grito.
As vísceras vasculhadas
principiam a contagem
regressiva.
No assoalho o sangue
se decompõe em matizes
que a brisa beija e balança:
ο verde – de nossas matas
ο amarelo – de nosso ouro
ο azul – de nosso céu
ο branco o negro o negro
(CACASO. In: HOLLANDA. H. B (Org.). 26 poetas hoje. Rio do Janeiro: Aeroplano, 2007).
Situado na vigência do Regime Militar que governou o Brasil, na década de 1970, o poema de Cacaso edifica uma forma de resistência e protesto a esse período, metaforizando
a) as artes plásticas, deturpadas pela repressão e censura.
b) a natureza brasileira, agonizante como um pássaro enjaulado.
c) o nacionalismo romântico, silenciado pela perplexidade com a Ditadura.
d) o emblema nacional, transfigurado pelas marcas do medo e da violência.
e) as riquezas da terra, espoliadas durante o aparelhamento do poder armado
Respostas
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O poema “Aquarela” apresenta uma metáfora do medo e a violência em imagens que remetem à Bandeira Nacional, como símbolo o corpo torturado no cavalete, agonizando como um pássaro (fazendo referência ao tremular da Bandeira no mastro).
Além disso, as vísceras e o sangue em decomposição representam a morte, que é o resultado das torturas que foram praticadas no período do Regime Militar no Brasil.
Além disso, as vísceras e o sangue em decomposição representam a morte, que é o resultado das torturas que foram praticadas no período do Regime Militar no Brasil.
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47
Resposta:
LETRA D
Explicação:
EMBLEMA NACIONAL
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