• Matéria: História
  • Autor: wallysonsousa28101
  • Perguntado 8 anos atrás

Leia o texto a seguir sobre as Reformas de Base propostas por João Goulart.

Quando [...] um plebiscito restituiu ao presidente a plenitude do comando do governo, em janeiro de 1963 [...] ganhava força a mobilização popular em torno do novo plano de Reformas de Base — um conjunto de ações governamentais que deveriam promover a reforma agrária, a reforma fiscal e a reforma bancária, entre outras. O objetivo geral dessas ações era garantir a continuidade do desenvolvimento econômico, ampliando o mercado interno, e atender às demandas populares, que eram cada vez maiores.
Para completar o cenário que antecedeu a deposição de João Goulart, é importante acrescentar dois aspectos. O primeiro refere-se ao apoio que o PTB, partido de Jango, havia recebido do Partido Comunista Brasileiro (PCB), uma vez que os ideais nacionalistas e a defesa da modernização industrial desvinculadas dos interesses econômicos estadunidenses eram pontos comuns em ambos os partidos. O PCB acreditava que, ao apoiar o desenvolvimento político-econômico do pais, expandindo as relações capitalistas em todos os setores da economia, estava criando as condições para que, no futuro, a revolução socialista ocorresse. A adesão dos comunistas ao programa das reformas consolidou ainda mais a aliança, a despeito das divergências entre os militantes das duas agremiações. Para os setores conservadores, sobretudo os latifundiários, banqueiros e industriais, além de empresários ligados às multinacionais, essa aliança e mesmo as Reformas de Base eram muito malvistas, pois eram entendidas como implantação do comunismo do pais. [...]
Assim, os últimos meses do governo Goulart foram marcados por muitas tensões. Até mesmo alguns setores da esquerda aumentavam suas críticas ao governo, acusando-o de tímido ou de reformista, quando para eles a saída seria a radicalização através da revolução popular. Jango se viu, então, pressionado pela esquerda e pela direita, ou seja, pelos polos antagônicos que formavam o “pacto político" da democracia populista. Sem poder atender completamente às exigências de ambos, o governo foi se tornando indeciso e fraco, enquanto boa parte das elites civis e militares conspirava contra Jango. Diante da crescente mobilização popular em torno das Reformas de Base, as correntes que defendiam a derrubada do governo pela força ganhavam cada vez mais adeptos, sobretudo entre a classe média, cujo grande medo era que o “comunismo” viesse junto com as Reformas. Diga-se de passagem que esse conservadorismo da classe média será um dos pilares de apoio do golpe que logo ocorreria.
O agravamento da crise socioeconômica e a crescente organização dos trabalhadores na forma de movimentos sociais e sindicais eram entendidos pelas elites como sinônimos de fraqueza do governo, incapaz de controlar a instabilidade econômica e os conflitos sociais. Para perturbar ainda mais a conjuntura política do Brasil, o governo de Jango, dependente do apoio das elites (sobretudo aquelas ligadas ao PSD), estava impedido de radicalizar sua polí­ tica de reformas, para atender às reivindicações dos trabalhadores. Se o fizesse, perderia parte importante daquele apoio, fato que efetivamente ocorreu, aliás, mesmo sem a radicalização do governo.
Cercado pelos conspiradores e prisioneiro de seus próprios limites, já que identificado com um sistema democrático-populista, o governo Jango foi derrubado pelo golpe militar de 1964, o que não implica afirmar que toda a sociedade brasileira tenha se rendido ao golpe e ao regime imposto. O Brasil entrava, assim, na era do “regime militar”, que não só afetou a face política do país como acabou por transformar outros aspectos da vida nacional.
(NAPO LITANO . M arcos. O re g im e m ilita r b ra s ile iro : 1964-1985. S ão Paulo: A tual. 1998. p. 6 -8 . (D iscu tin d o a H istó ria d o Brasil)).

a) Quais as principais medidas propostas pelas Reformas de Base? O que levou Jango a propor essas medidas?
b) Na época do governo Jango, em que pontos os partidários do PTB e os do PCB concordavam?
c) Qual era a visão dos grupos conservadores brasileiros em relação à mobilização popular que vinha ocorrendo na época?
d) Explique o que o autor quer dizer quando afirma que o governo Jango se encontrava “prisioneiro de seus próprios limites, já que identificado com um sistema democrático-populista”.

Respostas

respondido por: Sabrinaalmeid4
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a: Respondendo de acordo com o texto, as medidas propostas pela reforma de base deste autor era  "um conjunto de ações governamentais que deveriam promover a reforma agrária, a reforma fiscal e a reforma bancária, entre outras. O objetivo geral dessas ações era garantir a continuidade do desenvolvimento econômico, ampliando o mercado interno, e atender às demandas populares, que eram cada vez maiores." ou seja, marcado pelo forte sentimento nacionalista e pelas necessidades populares, tal governo procurava atender as classes mais baixas para melhorar suas qualidades de vida.

b: Através do que foi lido no texto     " o apoio que o PTB, partido de Jango, havia recebido do Partido Comunista Brasileiro (PCB), uma vez que os ideais nacionalistas e a defesa da modernização industrial desvinculadas dos interesses econômicos estadunidenses eram pontos comuns em ambos os partidos." Ou seja, ambos teriam interesse em defender o nacionalismo  e o crescimento econômico e industrial do Brasil, através de si mesmo.

c:"
Para os setores conservadores, sobretudo os latifundiários, banqueiros e industriais, além de empresários ligados às multinacionais, essa aliança e mesmo as Reformas de Base eram muito malvistas, pois eram entendidas como implantação do comunismo do pais. [...]", e este foi o motivo do golpe, alguns estudiosos afirmam que o Estados Unidos ajudaram na implementação desses ideias, no seio da classe média e alta brasileira, fazendo assim com que o golpe fosse feito em julho de 1964.

d: O texto vem falando que o governo de Jango precisava do apoio da classe média então esta para "
perturbar ainda mais a conjuntura política do Brasil, o governo de Jango, dependente do apoio das elites (sobretudo aquelas ligadas ao PSD), estava impedido de radicalizar sua política de reformas, para atender às reivindicações dos trabalhadores. Se o fizesse, perderia parte importante daquele apoio, fato que efetivamente ocorreu, aliás, mesmo sem a radicalização do governo", então se ele precisava do apoio das elites ele não poderia colocar todas as suas ideias em prática estando assim preso.
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