• Matéria: Artes
  • Autor: cristineoliveiracris
  • Perguntado 8 anos atrás

Qual o significado da pintura de Francisco Chaves Pinheiro?

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respondido por: caiolelek
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Chaves Pinheiro era um especialista em esculturas de bronze, material mais usado em suas obras, e sua vasta coleção é formada por, principalmente, bustos, esculturas pedestres, que são personagens que estão em pé, e as esculturas equestres, cujas pessoas retratadas estão montadas em um animal, geralmente um cavalo, além de, é claro, alegorias, que são obras que retratam algo abstrato, e relevos arquitetônicos para decoração de ambientes. Chaves Pinheiro produziu grande parte de seu trabalho através de encomendas, algumas particulares, mas majoritariamente do Regime Imperial de D. Pedro II, um exemplo desses tipos de encomenda é a Escultura Equestre em Gesso de Dom Pedro II, exposta na sala da Guerra do Paraguai do Museu Histórico Nacional, situado no município do Rio de Janeiro.[5][4]

Ao decorrer de sua trajetória artística, suas alegorias eram comuns no seu trabalho. A carreira de Chaves Pinheiro é um exemplo de como existia essa vinculação das artes acadêmicas no cotidiano histórico imperial, afinal muitas de suas esculturas tinham a função de retratar celebrações historicamente importantes, personagens protagonistas na evolução histórica-social e a valorização nacionalista brasileira. A partir delas, iniciava-se a criação de monumentos oficiais.[1][5]

Escultor ligado ao modelado, sua coletânea artística que teve destaque nacional era retratada em bronze. Além de barro para modelar, usava materiais como gesso, bronze ou ferro para a finalização de obras. A Academia Imperial de Belas Artes tinha o costume de doar esses materiais para a execução dessas peças. Algumas de suas obras foram feitas em mármore e também em madeira.[5]

Com uma similaridade romântica e exaltando motivos heroicos, suas obras possuíam detalhes de ufanismo, mesmo elas sendo classificadas como convencionais dentro dos critérios acadêmicos, ele conseguia diferenciá-las. Algumas de muitas das coleções românticas possuem obras do artista Chaves Pinheiro, as quais se encontram na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – EBA/UFRJ e no Museu Histórico Nacional - MHN. Em suas obras, o que diferenciava o simbolismo do romantismo brasileiro foi a figura do índio, no Brasil os símbolos surgiam na mesma medida em que se fortificava a imagem do Império. Por meio do indianismo, o encobrimento da colonização era realizado, o indígena era visto como o sujeito e personagem do ‘bom selvagem’, enquanto isso a elite da época era bem interpretada.[2][5][1]

Em determinadas obras, Chaves deixou escapar as existências sociais e suas condições, como no romantismo europeu, produzindo obras iguais às de Moreira de Azevedo (1878): “Cabloco em barro, symbolisando o Brasil". Outras obras que possuem destaque que retratava através do grupo alegórico A emancipação do elemento servil 10, foi confeccionada em gesso e passadas ao bronze em 1927 e que hoje pertence a Presidência da República. Representava uma mulher escrava que estava com as mãos cruzadas, com seus três filhos e uma cruz voltados em manto.[1][5]

Carreira, conquistas e exposições[editar | editar código-fonte]

Chaves Pinheiro foi responsável pela confecção dos dois Grupos Escultóricos Mitológicos em tamanho monumental e fundidos em bronze pela Fundição Artística da Casa da Moeda. Além de suas esculturas, parte dos bustos, como um retrato, um produto da nossa historiografia, os quais foram produzidos e as esculturas públicas de Chaves Pinheiro, tanto as feitas em bronze como as em gesso.[5]

Com o barro que se deu o início a modelagem, o material que melhor proporcionava maiores e melhores detalhes realistas. E mesmo assim, o escultor precisou procurar outras maneiras e recursos para conseguir alcançar o resultado desejado, como o uso de modelo e o conhecimento de Anatomia, por exemplo. Assim, as aulas de ‘Fisiologia das Paixões’ foram essenciais para melhores detalhes de suas obras. A cera também era usada bastante para a preparação de esboços de obras de pequeno porte ou rápidas. O material não reproduzia o mesmo efeito artístico que o barro, porém era bem comum no atelier do artista.[5][4]

Em 1836 e 1837, dentre as exposições que participou, Chaves Pinheiro destacou-se recebendo duas Medalhas de Prata com apenas 14 e 15 anos de idade respectivamente e em outra exposição em 1838 recebeu uma medalha de ouro com a obra Alegoria a Libertação do Brasil. Após a premiação, teve a oportunidade de aperfeiçoamento de seu talento na Europa, mas Chaves Pinheiro recusou a proposta.[5]

Entre 1845 e 1879, o artista participou de 13 exposições importantes, 12 delas no Rio de Janeiro e uma delas em Paris (França - 1867). Esteve presente também em exposições de 1862 e 1865, como professor de Estatuária, participante da Comissão julgadora. Participou de Comissões de análise que era responsável pelo recebimento de obras compradas pelo Governo diretamente da Europa, para que pudessem ser restauradas e assim, auxiliariam como material de apoio às aulas.[5]



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