relação ao como o PIB e calculado? quais são suas deficiências em relação ao desenvolvimento sustentável?
Respostas
respondido por:
4
Há muito que se quer saber se o Produto Interno Bruto ( PIB ) mede algo significativo. Para Robert Kennedy (1968), por exemplo, “o PIB tem a ver com tudo, exceto com aquilo que faz com que a vida valha a pena”, pois trata-se de um índice que, embora mundialmente utilizado, não evidencia se as coisas estão melhorando ou piorando.
Medindo apenas quantidades produzidas, esse indicador só tem feito aumentar a obsessão ao crescimeto econômico - crescer a qualquer custo. Para muitos, um índice nada humano e social, dada a sua indiferença face à pobreza e às desigualdades, pois seu objetivo não é o de medir o desenvolvimento sustentável, que, além do econômico, leva em conta também os componentes sociais culturais e ambientais.
Há muito que se vem confundindo crescimento econômico com desenvolvimento social, ou seja, sofrimento com prosperidade. O crescimento, apesar de necessário, não é suficiente, pois não garante o desenvolvimento que, por sua vez, é um processo de transformação econômica, social, cultural e ambiental, que implica na melhoria do bem-estar de toda a sociedade.
Uma elevação do padrão de vida de todos. Por isso, um indicador como o PIB, focado apenas no econômico, perde a razão de ser, por não responder ao fim último que é o desenvolvimento na verdadeira acepção da palavra - socialmente inclusivo e ambientalmente sustentável, tão bem explicitados nas Conferências das Nações Unidas ( Eco 92, Rio + 20, entre outros).
Entretanto, apesar do ávido interesse que ainda persiste em relação ao PIB, importa saber que, em muitos países, para milhões de mulheres e homens excluídos, o crescimento econômico vem apenas significando mais fome e mais miséria, comprovando que índices elevados do PIB em nada garantem o desenvolvimento sustentável.
A propósito, os dois gigantes da Ásia, China e Índia, apesar de apresentarem nos últimos anos invejáveis índices de PIB (8% a 10% ao ano), “não melhoraram a vida da imensa maioria da população” conforme sinaliza a Anistia Internacional, apontando a fome como um dos maiores problemas das duas nações.
Na Índia, para se ter uma idéia, “ mais da metade da população ainda defecam ao ar livre, com um PIB acima dos 80 %” (Asha Kotwal, 2012)” e os 09 % de crescimento anual do PIB Chinês “correspondem a um desastre de proporções consideráveis em termos de sustentabilidade, o que faz do debate sobre índices de crescimento pura estupidez” (Ricardo Young, 2006). Também, no Brasil, nos tempos do “milagre brasileiro”, o país obteve índices recordes do PIB ( acima dos 10 % ao ano). O famoso “bolo delfiniano” cresceu, sem que isso tivesse diminuído a desigualdade social e econômica.
O PIB tem recebido muitas críticas, inclusive da maioria dos economistas laureados pelo famoso Prêmio Nobel, exatamente por ignorar a exclusão social . E quanto ao meio ambiente, pregam abandonar o mito da infinitude do crescimento econômico, inspirado no PIB, face à exaustão dos recursos naturais do planeta. Para eles é possível prosperar sem destruir.
A Costa Rica, ao instituir políticas de biodiversidade, conseguiu duplicar sua área florestal e, ao mesmo tempo, triplicar a sua renda per capita, demonstrando que é possível transformar a sustentabilidade em regra de vida, mesmo com um PIB nada expressivo.
Para Fernando Meneguim (2013), “estudiosos do mundo todo vêm discutindo a substituição do PIB por um novo indicador que contemple o desenvolvimento sustentável e, a par das variáveis econômicas, incorpore também as sociais e ambientais”. A própria Assembleia Geral da ONU já aprovou resolução que descreve o PIB como um indicador que não reflete o bem-estar das pessoas de um país. Mesmo assim, a armadilha não foi desfeita.
PIB à parte, o Brasil, como poucos países, vem obtendo progressos notáveis no seu desempenho qualitativo, tornando-se, para muitos analistas, referência mundial. Quase 60 milhões de brasileiras e brasileiros foram socialmente incluídos, apenas no último decênio.
Infere-se, pois, que não basta ao Brasil um PIB elevado, que o torne potência econômica mundial. Isso já o somos! O que importa à imensa maioria do povo brasileiro é que sejamos uma nação moderna, de vocação humanista e feliz. Uma nação sustentável . (* Geógrafo físico, mestre pela USP, deputado estadual pelo PT e membro da Comissão do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do MS).
Medindo apenas quantidades produzidas, esse indicador só tem feito aumentar a obsessão ao crescimeto econômico - crescer a qualquer custo. Para muitos, um índice nada humano e social, dada a sua indiferença face à pobreza e às desigualdades, pois seu objetivo não é o de medir o desenvolvimento sustentável, que, além do econômico, leva em conta também os componentes sociais culturais e ambientais.
Há muito que se vem confundindo crescimento econômico com desenvolvimento social, ou seja, sofrimento com prosperidade. O crescimento, apesar de necessário, não é suficiente, pois não garante o desenvolvimento que, por sua vez, é um processo de transformação econômica, social, cultural e ambiental, que implica na melhoria do bem-estar de toda a sociedade.
Uma elevação do padrão de vida de todos. Por isso, um indicador como o PIB, focado apenas no econômico, perde a razão de ser, por não responder ao fim último que é o desenvolvimento na verdadeira acepção da palavra - socialmente inclusivo e ambientalmente sustentável, tão bem explicitados nas Conferências das Nações Unidas ( Eco 92, Rio + 20, entre outros).
Entretanto, apesar do ávido interesse que ainda persiste em relação ao PIB, importa saber que, em muitos países, para milhões de mulheres e homens excluídos, o crescimento econômico vem apenas significando mais fome e mais miséria, comprovando que índices elevados do PIB em nada garantem o desenvolvimento sustentável.
A propósito, os dois gigantes da Ásia, China e Índia, apesar de apresentarem nos últimos anos invejáveis índices de PIB (8% a 10% ao ano), “não melhoraram a vida da imensa maioria da população” conforme sinaliza a Anistia Internacional, apontando a fome como um dos maiores problemas das duas nações.
Na Índia, para se ter uma idéia, “ mais da metade da população ainda defecam ao ar livre, com um PIB acima dos 80 %” (Asha Kotwal, 2012)” e os 09 % de crescimento anual do PIB Chinês “correspondem a um desastre de proporções consideráveis em termos de sustentabilidade, o que faz do debate sobre índices de crescimento pura estupidez” (Ricardo Young, 2006). Também, no Brasil, nos tempos do “milagre brasileiro”, o país obteve índices recordes do PIB ( acima dos 10 % ao ano). O famoso “bolo delfiniano” cresceu, sem que isso tivesse diminuído a desigualdade social e econômica.
O PIB tem recebido muitas críticas, inclusive da maioria dos economistas laureados pelo famoso Prêmio Nobel, exatamente por ignorar a exclusão social . E quanto ao meio ambiente, pregam abandonar o mito da infinitude do crescimento econômico, inspirado no PIB, face à exaustão dos recursos naturais do planeta. Para eles é possível prosperar sem destruir.
A Costa Rica, ao instituir políticas de biodiversidade, conseguiu duplicar sua área florestal e, ao mesmo tempo, triplicar a sua renda per capita, demonstrando que é possível transformar a sustentabilidade em regra de vida, mesmo com um PIB nada expressivo.
Para Fernando Meneguim (2013), “estudiosos do mundo todo vêm discutindo a substituição do PIB por um novo indicador que contemple o desenvolvimento sustentável e, a par das variáveis econômicas, incorpore também as sociais e ambientais”. A própria Assembleia Geral da ONU já aprovou resolução que descreve o PIB como um indicador que não reflete o bem-estar das pessoas de um país. Mesmo assim, a armadilha não foi desfeita.
PIB à parte, o Brasil, como poucos países, vem obtendo progressos notáveis no seu desempenho qualitativo, tornando-se, para muitos analistas, referência mundial. Quase 60 milhões de brasileiras e brasileiros foram socialmente incluídos, apenas no último decênio.
Infere-se, pois, que não basta ao Brasil um PIB elevado, que o torne potência econômica mundial. Isso já o somos! O que importa à imensa maioria do povo brasileiro é que sejamos uma nação moderna, de vocação humanista e feliz. Uma nação sustentável . (* Geógrafo físico, mestre pela USP, deputado estadual pelo PT e membro da Comissão do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do MS).
Perguntas similares
6 anos atrás
6 anos atrás
6 anos atrás
8 anos atrás
8 anos atrás
9 anos atrás