Leia a seguir um poema de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. Passa uma borboleta por diante de mim E pela primeira vez no Universo eu reparo Que as borboletas não têm cor nem movimento, Assim como as flores não têm perfume nem cor. A cor é que tem cor nas asas da borboleta, No movimento da borboleta o movimento é que se move, O perfume é que tem perfume no perfume da flor. A borboleta é apenas borboleta E a flor é apenas flor. Pessoa. Fernando. O guardador de rebanhos In: Obra poética: cm um volume. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 2001 p. 224. 1. 0 eu lírico faz uma descoberta. Que descoberta é essa? Explique com suas palavras. 2. Essa descoberta causa admiração no e_ lírico? justifique com um trecho do poema. 3. Pense na matéria-prima dos escritores. Você saberia dizer qual é a borboleta que não tem cor nem movimento? 4. Por que, em certo sentido, nesse poema : eu lírico produz uma "antimetáfora”?
Respostas
Olá
Coloquei a imagem certa pra você.
1) O eu lírico descobre que os elementos presentes nas coisas, como a cor, o movimento e o cheiro, não são características submetidas aos objetos, mas sim entidades independentes, que estão ali, mas sem uma relação de submissão quanto ao objeto.
2) Sim. O trecho que melhor pode expressar essa admiração é que o eu lírico enfatiza que ele nunca havia reparado nisso, e foi a primeira vez que o fez:
"E pela primeira vez no Universo eu reparo"
3) A matéria-prima dos escritores é a palavra, a borboleta que não possui cor nem movimento é exatamente a palavra, o termo "borboleta".
4) Metáfora é a figura de linguagem utilizada para fazer uma comparação mas SEM utilizar conectivos, para estabelecer semelhança entre dois termos que não são iguais.
O autor faz o contrário disso, pois afirma que a borboleta não tem cor, a cor é apenas a cor, ou seja, não estabelece a relação entre borboleta e cor, e sim entre cor e cor, caracterizando assim a ausência de uma relação entre dois termos.
Bom dia! :)
