• Matéria: Filosofia
  • Autor: StephanieLouise
  • Perguntado 9 anos atrás

GENTE ME AJUDA POR FAVOR !!! é pra hojeeee 

"A INVENÇÃO DA ESCRITA (In: PLATÃO. Fedro. Trad. Jorge Paleikat. Rio de Janeiro: Clássicos Ediouro, s/d.) SÓCRATES: – Bem, ouvi dizer que na região de Náucrates, no Egito, houve um dos velhos deuses daquele país, um deus a que também é consagrada a ave chamada íbis. Quanto ao deus, porém, chamava-se Thoth. Foi ele quem inventou os números e o cálculo, a Geometria e a Astronomia, o jogo de damas e os dados, e também a escrita. Naquele tempo, governava todo o Egito Tamuz, que residia ao sul do país, na grande cidade que os egípcios chamam Tebas do Egito, e a esse deus davam o nome Ámon. Thoth foi ter com ele e mostrou-lhe as suas artes, dizendo que elas deviam ser ensinadas aos egípcios. Mas o outro quis saber a utilidade de cada uma, e enquanto o inventor explicava, ele censurava ou elogiava, conforme essas artes lhe pareciam boas ou más. Dizem que Tamuz fez a Thoth diversas exposições sobre cada arte, condenações ou louvores cuja menção seria por demais extensa. Quando chegaram à escrita, disse Thoth: ‘’Esta arte, caro rei, tornará os egípcios mais sábios e lhes fortalecerá a memória; portanto, com a escrita inventei um grande auxiliar para a memória e a sabedoria’’. Responde Tamuz: ‘’Grande artista, Thoth! Não é a mesma coisa inventar uma arte e julgar da utilidade ou prejuízo que advirá aos que a exercerem. Tu, como pai da escrita, esperas dela com o teu entusiasmo, precisamente o contrário do que ela pode fazer. Tal coisa tornará os homens esquecidos, pois deixarão de cultivar a memória; confiando apenas nos livros escritos, só se lembrarão de um assunto exteriormente e por meio de sinais, e não em si mesmos. Logo, tu não inventaste um auxiliar para a memória, mas apenas para a recordação. Transmites aos teus alunos uma aparência de sabedoria, e não a verdade, pois eles recebem muitas informações sem instrução e se consideram homens de grande saber embora ignorantes na maior parte dos assuntos. Em consequência serão desagradáveis companheiros, tornar-se-ão sábios imaginários ao invés de verdadeiros sábios’’.
 1 – A partir da discussão entre Thoth e Tamuz a respeito da escrita, estabeleça um paralelo entre a crítica platônica e o “conhecimento digital” do mundo contemporâneo.
 2 – O que significam, nesse texto de Platão, as expressões: “sábios imaginários” e “verdadeiros sábios”."


faelsurfista1: Se eu te ajudar, agente pode sair?
faelsurfista1: o pensamento criticado no texto é mais ou menos este: "po, se quem disse isso tudo(nao me refiro somente ao texto do platao, a tudo na vida) foi um cara que ganhou dez premios nobels, entao porque eu vou contestar isso? esse cara tá certissimo, preciso nem me certificar se ele ta certo ou nao"
o platao ta criticando aí aquelas pessoas que pegam a verdade e a traduzem de forma errada...

Respostas

respondido por: faelsurfista1
4
Ai com isso você consegue responder:
1) Platão critica no texto a forma como a linguagem é proliferada pelos sábios. Isso está evidente na forma como os sofistas lecionavam o conhecimento. Eles não se preocupavam se os alunos estavam aprendendo ou não, eles apenas queriam que os alunos CONCORDASSEM com eles, ou seja, a demagogia era muito bem manipulada. É o mesmo raciocínio que ocorre nesta questão: Teme-se que o "conhecimento digital" continue produzindo cada vez mais novas mentes demagogas, pois a quantidade de informação e a forma como ela é manipulada, acaba que criando uma forte sedução simbiótica no estudante, influenciando muito no seu aprendizado. Em outras palavras, supre-se o seu potencial de pensar e criar ideias, e, por conseguinte, abrindo espaço para a pobre capacidade de apenas concordar com tudo o que vê sem um olhar crítico, ou melhor, sábio.2) Sábios imaginários são os demagogos e seus aprendizes. São aqueles, na visão do autor, que dispensam o verdadeiro olhar crítico, pois se convencem, com facilidade, das fontes em que recorrem suas dúvidas. São aqueles que adquirem o conhecimento superficial sobre determinado objeto cognoscível, e, no final, imaginam (ou acreditam) tudo saber.Já os verdadeiros sábios são aqueles que vão além; sempre estão com um olhar crítico sobre tudo. Seja quem tenha dito ou o que tenha escrito, estes sábios são implacáveis na busca de conhecimento, e não aceitam tão fácil qualquer conceito. Para Platão, estes homens são aqueles que se aproximam da verdade, ainda que ela esteja muito longe, ou impossível de ser alcançada. Em suma, para convencer um verdadeiro sábio, o seu olhar crítico apenas será apaziguado quando tudo que estiver estudando fazer sentido para ele.
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