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A política de massas apresenta-se como um dos fenômenos mais marcantes do século XX latino-americano, em vista das novas modalidades de participação e de organização do poder que substituíram as formas tradicionais de dominação oligárquica. A criação de sindicatos, partidos e movimentos de trabalhadores foram iniciativas que pressionaram as autoridades a democratizarem o poder por meio da ampliação dos direitos políticos e sociais.
Dois vetores fundamentais balizaram a política de massas: os governos que desenvolveram mecanismos de integração e mobilização dos setores sociais; e os movimentos políticos de extração popular que buscaram alcançar o poder, quer por meio de eleições quer pelo uso da força. Longe de ser exclusiva à América Latina, a política de massas faz parte da história contemporânea da maioria dos países que realizaram a transição da sociedade agrária para a urbana e industrial.
Ela foi um instrumento para a quebra da antiga ordem e a construção de novos sistemas de poder baseados no reconhecimento das maiorias sociais. A integração dos setores populares desempenhou um papel chave: a política de massas teve uma dimensão democrática que se expressou tanto no nível do aumento da participação política e eleitoral quanto da ampliação dos direitos sociais. A nacionalização dos setores populares foi outro aspecto importante da política de massas. Provenientes das zonas rurais, ou então compostos por uma mescla heterogênea de estrangeiros e nacionais sem laços entre si, foram objeto de políticas visando a sua homogeneização cultural e a identificação em torno dos símbolos nacionais. Na política de massas, as próprias ações dos lideres eram apresentadas em nome do interesse nacional, reforçando o nacionalismo e a legitimidade dos governos.