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Esparta era uma cidade situada na península do Peloponeso, sendo colonizada pelos dórios, povo de forte tradição guerreira. Enquanto as outras cidades-Estados gregas resolviam seus problemas de super-população e escassez de terra estabelecendo colônias, Esparta conquistava cidades vizinhas, como Messênia, no século VIII a.C. Segundo relatos de Plutarco, em lugar de vender os messênios como escravos no estrangeiro, tradicional método grego de tratar um inimigo derrotado, os espartanos conservavam-nos como “servos do Estado” ou hilotas. Enfurecidos por sua servidão forçada, os messênios tentaram recuperar a liberdade. Após inúmeras rebeliões, os espartanos conseguiram sufocar os levantes, mas o terror de uma nova revolta de escravos ficou gravada no consciência espartana. Para conservar o domínio sobre os hilotas, muito mais numerosos que eles, os espartanos, com determinação e disciplina, transformaram sua sociedade num acampamento militar. A tradição militar e guerreira vincula-se ao fato desta cidade ter inimigos internos, os hilotas, e inimigos externos, outras cidades, como a gloriosa Atenas.Nessa sociedade, a propriedade da terra e da mão-de-obra era estatal (pertenciam ao Estado monopolizado pelo espartano). Os lotes, chamados kleros, eram emprestados ao cidadão na categoria de usofruto. O trabalho agrícola era desempenhado pelos hilotas. Convencionou-se chamar o regime econômico espartano de hilotismo, para acentuar as diferenças entre o escravismo praticado na quase totalidade do mundo grego e a escravidão pública que caracterizou esse regime. Sabemos que tanto a terra quanto os hilotas pertenciam ao Estado: o cidadão não podia vender, nem ceder, nem legar por herança o kleros (terra) e o hilota.O hilota cultivava a terra com suas ferramentas e pagavam uma renda anual fixa (apófora) in natura: trigo, vinho, azeite e queijo, daí muitos historiadores preferirem o termo “servo” para fazer referência ao modelo de relação de trabalho. O resto era destinado ao próprio sustento do hilota. Contrariamente aos escravos de outras cidades, os hilotas iam muitas vezes à guerra, como escolta, carregadores, criados. Sua vida era tão dura que o poeta espartano Tirteu (século VII a. C. ) os compara a “asnos sobrecarregados” .
O comércio era deixado a cargo dos periecos (aqueus), gregos conquistados que eram livres, mas não tinham direitos políticos (cidadania, direito de cidade).
Os espartanos (ou esparciatas) – cidadãos de Esparta, eram os iguais (dórios) pertencentes às famílias dos conquistadores - eram treinados nas artes da guerra e doutrinados para servir ao Estado e à religião.
Antes de se converter num Estado militar, Esparta possuía um desenvolvimento cultural equiparável ao das outras cidades gregas. Entretanto, quando se isolou cultural e economicamente do resto da Grécia (xenofobia), tornou-se uma cidade provinciana fechada e não participava do movimento cultural que se irradiava pelo mundo grego. Tornou-se uma sociedade conservadora onde todas as suas instituições estavam voltadas para manter o estado de domínio sobre a escravidão. Nesse tipo de organização social, o exército tinha importância fundamental. Era sobre ele que assentava a ordem interna e a defesa externa. Os hoplitas (soldados da infantaria pesada) eram famosos em toda a Grécia.