Respostas
Nas sociedades tribais, a organização das atividades produtivas caracteriza-se pela divisão das tarefas por sexo e idade. Muitos analistas classificaram estas sociedades como de economia de subsistência e de técnica rudimentar, passando a idéia de que elas viveriam em estado de pobreza, o que é um preconceito. Se hoje muitas delas dispõem de áreas restritas, enfrentando difíceis condições de vida, em geral, antes do contato com o chamado “mundo civilizado”, a maioria vivia em áreas abundantes em caça, pesca e alimentos de vários tipos.
Os membros dessas sociedades não só tinham todas as suas necessidades materiais e sociais plenamente satisfeitas, como dedicavam um mínimo de horas diárias ao que nós chamamos de trabalho. Os ianomâmis, da Amazônia, dedicavam pouco mais de três horas diárias às tarefas relacionadas à produção.
A explicação para o fato de os povos tribais trabalharem muito menos do que nós está no modo como se relacionam com a natureza, também diferente do nosso. Por um lado, para eles, a terra é o espaço sagrado, pois dá aos humanos seus frutos: a floresta presenteia os caçadores com os animais, os rios oferecem peixes que ajudam na alimentação. Tudo isso é um presente da “mãe natureza”. Por outro lado, os povos tribais têm uma profunda intimidade com o meio em que vivem. Conhecem os animais e as plantas, o que é bom e o que é ruim para comer e quando podem utilizar certas plantas e determinados animais para alimentação, para cura de seus males ou para seus ritos. Nesse sentido, pode-se assim dizer, que a relação das sociedades tribais com a natureza é sustentável, pois consomem os recursos da natureza respeitando a sua ordem, o seu tempo. É esse consumo é perfeitamente compatível com as suas necessidades.