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Os livros de filosofia costumam carregar a fama de serem difíceis. Nós, o público leigo, costumamos pensar neles como longas digressões sobre coisas muito abstrusas numa linguagem que as torna ainda mais inacessíveis. Embora essa imagem, na maioria das vezes, seja falsa, sendo apenas o caso de que não damos a esses livros a chance devida para nos seduzirem e nos aprisionarem, no caso de "Ser e tempo", de Heidegger, aquele estereótipo do texto truncado, que nos causa dor de cabeça e desespero durante a leitura, não está longe da verdade. Heidegger era um gênio, sem dúvida, com idéias revolucionárias e robustas, mas não era um autor particularmente preocupado em fazer-se entender fora do círculo de filósofos profissionais que conviviam com ele.
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